Irmã venerável Maria de Ágreda (Espanha, 1602-1665). Obra: "Mística Cidade de Deus. Ed. Mosteiro Portaceli. 2011." [3º Tomo - 2ª Parte - 5º Livro - Cap. 19 - pág. 114/115:][Maria de Ágreda diz:] Maria missionária: 923. Ao oferecimento da amorosa Mãe, respondeu seu Filho santíssimo: Mãe e amiga, já está no tempo em que, conforme a vontade de meu eterno Pai, convém que eu comece a preparar alguns corações para receber a luz de minha doutrina e a notícia de haver chegado o tempo marcado e oportuno para a salvação humana.
Quero que me acompanheis nesta obra. Pedi a meu Pai dirija com sua divina luz o coração dos mortais e os desperte interiormente para que, com reta intenção, acolham o conhecimento que agora lhes darei sobre a vinda ao mundo de seu Redentor e Mestre.
Com esta exortação de Cristo, nosso Senhor, dispôs-se a divina Mãe para acompanhá-lo em suas viagens, como desejava. Desde aquele dia, em quase todas as vezes que o divino Mestre saiu de Nazaré, foi acompanhado pela Mãe.
Jesus anuncia a chegada do Messias: 924.
O Senhor começou este apostolado mais freqüente, três anos antes de começar a pregação e receber o batismo. Em companhia de nossa grande Rainha, percorria os lugares da comarca de Nazaré, indo para os lados da tribo de Néftali, conforme a profecia de Isaías (Is 9,2), e em outras partes. Comunicando-se com os homens, começou a dar-lhes notícia da vinda do Messias, afirmando-lhes que já se encontrava no mundo e no reino de Israel. Não se apresentava, porém, como Aquele a quem esperavam, porque o primeiro testemunho de ser Filho de Deus, seria dado pelo eterno Pai quando, publicamente, foi ouvido às margens do rio Jordão: Este é meu Filho amado, de quem e em quem tenho minhas complacências (Mt 3,17). Sem manifestar sua dignidade, começou o Unigênito feito homem a dar notícia dela em geral, ao modo de anunciar ou narrar o que sabia com certeza. Não fazia milagres públicos nem outras demonstrações, mas ocultamente acompanhava seus ensinamentos e declarações, com interiores inspirações e auxílios ao coração dos que o ouviam. Deste modo os preparava, por meio da fé comum, para que depois, com mais facilidade, a recebessem em particular.