Irmã venerável Maria de Ágreda (Espanha, 1602-1665). Obra: "Mística Cidade de Deus. Ed. Mosteiro Portaceli. 2011." [4º Tomo - 3ª Parte - 8º Livro - Cap. 10 - pág. 310:][Nossa Senhora diz a Maria de Ágreda:] A meditação da Paixão: 592. Pois, qual é a razão, para que só com seu Deus e Redentor, sejam desagradecidos e
esqueçam o que padeceu, para os resgatar da eterna condenação? E, sobre esta ingratidão, ainda se queixam, se não os açode em tudo quanto desejam. Para que entendam quanto se tornam culpados por esta ingratidão, advirto-te minha filha: ao vê-la em tantas almas,
Lúcifer e seus demônios fazem esta consideração: Esta alma não se lembra, nem faz estimação do benefício que lhe fez Deus em redimi-la; temo-la segura, pois quem é tão estulto neste esquecimento, também não entenderá nossos enganos. Vamos tentá-la e arruiná-la, pois lhe falta a maior defesa contra nós.
A longa experiência, provou-lhes ser quase infalível esta conseqüência.
Por isto pretendem, com empenho, apagar da memória dos homens a lembrança da Redenção e morte de Cristo, e que se considere desprezível tratar dela e pregá-la. Assim o conseguiram em grande parte, com lamentável ruína das almas. Pelo contrário, temem atacar os que se habituam à meditação e memória da Paixão, porque esta recordação produz uma força e virtude que, muitas vezes, não lhes permite se aproximarem dos que meditam, com devoção, estes mistérios.