Irmã venerável Maria de Ágreda (Espanha, 1602-1665). Obra: "Mística Cidade de Deus. Ed. Mosteiro Portaceli. 2011." [2º Tomo - 2ª Parte - 4º Livro - Cap. 22 - pág. 267/268:][Maria de Ágreda diz:] Maria contempla a divindade de seu Filho: 625. Para manifestar o que me foi dado a conhecer sobre os atos praticados pelo infante Jesus e sua Virgem Mãe durante a viagem, faltam-me dignas palavras e ainda mais a devoção e peso que pedem tão admiráveis e ocultos sacramentos. Os braços de Maria puríssima sempre serviam de delicioso leito ao novo e verdadeiro rei Salomão (Cant 3, 7). Contemplando Ela os segredos daquela humanidade e alma santíssima, acontecia às vezes alternarem Mãe e Filho doces colóquios e cânticos de louvor. Ele começava, e ambos prosseguiam exaltando o infinito ser de Deus, com seus atributos e perfeições. Para isto, dava sua Majestade à Mãe Rainha nova luz e visões intelectuais. Por elas conhecia o mistério altíssimo da unidade de essência da trindade das Pessoas; as operações ad-intra da geração do Verbo engendrado por obra do entendimento, e o Espírito Santo inspirado por obra da vontade.
Não há ali sucessão de antes ou depois; tudo é atual na eternidade, embora nós o descrevamos segundo nosso modo de conhecer, pela duração sucessiva do tempo. Entendia também a grande Senhora como as três Pessoas se compreendem reciprocamente com um mesmo entender, e como conhecem a pessoa do Verbo unida à humanidade, e os efeitos que nela resultam da união com a divindade.