Irmã venerável Maria de Ágreda (Espanha, 1602-1665). Obra: "Mística Cidade de Deus. Ed. Mosteiro Portaceli. 2011." [3º Tomo - 2ª Parte - 6º Livro - Cap. 11 - pág. 270/271:][Maria de Ágreda diz:] A presença de Cristo na eucaristia: 1193. Nossa divina Rainha conheceu, por especial visão, como se encontrava o sagrado corpo de Cristo nosso Senhor oculto sob os acidentes do pão e do vinho, sem alterar esses acidentes, nem estes ao corpo, porque nem o corpo pode ser sujeito deles, nem eles podem ser forma do corpo. Os acidentes permanecem com a mesma extensão e qualidades, antes e depois da consagração, ocupando o mesmo lugar que a hóstia.
O corpo sagrado está de modo indivisível, inteiro, sem confusão entre suas partes. Está todo em toda a hóstia, e todo em qualquer parte dela, sem que a hóstia o amplie ou o reduza, nem o corpo faça o mesmo à hóstia. A extensão, porém, do corpo não tem relação com a extensão das espécies acidentais, nem a extensão destas com as do corpo santíssimo. Corpo e espécies têm diferentes modos de existência, e o corpo penetra a quantidade dos acidentes sem alterá-los. Naturalmente falando, pediria diferente lugar e espaço, a cabeça, as mãos, o peito e o mais. Todavia, pelo poder divino, o corpo consagrado se põe, com sua extensão, num mesmo lugar. Não se sujeita ao espaço que naturalmente ocupa, é independente dessas leis naturais, pois sem elas pode ser corpo quantitativo.
Também não fica num só lugar e numa só hóstia, mas em muitas ao mesmo tempo, ainda que sejam inumeráveis as hóstias consagradas.