Irmã venerável Maria de Ágreda (Espanha, 1602-1665). Obra: "Mística Cidade de Deus. Ed. Mosteiro Portaceli. 2011." [3º Tomo - 2ª Parte - 6º Livro - Cap. 11 - pág. 272:][Maria de Ágreda diz:] Cristo comungando a Si mesmo: 1196. Maior admiração me causa o que sucedeu ao mesmo Jesus, quando depois de elevar o santíssimo Sacramento para ser adorado pelos discípulos, partiu-o com suas sagradas mãos e
comungou-se a Si mesmo, antes de todos, como primeiro e sumo sacerdote.
Reconhecendo-se, enquanto homem, inferior à Divindade que recebia em seu mesmo corpo e sangue consagrados, humilhou-se, retraiu-se e comoveu-se na parte sensitiva, manifestando duas coisas; primeira, a reverência com que se devia receber seu sagrado corpo; segunda, a dor que sentia na previsão da temeridade e audácia com que muitos chegariam a receber e tratar este altíssimo e eminente Sacramento. Os efeitos que a Comunhão produziu no corpo de Cristo, nosso bem, foram divinos e admiráveis. Por alguns momentos, n"Ele redundaram os dotes da glória de sua alma santíssima, como no Tabor. Esta maravilha, porém, foi vista só por sua Mãe puríssima, e um pouco por São João, Enoc e Elias
[segundo Maria de Ágreda, Enoc e Elias estavam presentes no Cenáculo]. Este favor, foi o último, de repouso e gozo, que a humanidade santíssima recebeu em sua parte inferior, até sua morte. A Virgem Mãe teve também especial visão de como Cristo recebeu-se sacramentado, e como esteve em seu divino peito, o mesmo que se recebia. Esta visão produziu grandiosos efeitos em nossa Rainha e Senhora.