Irmã venerável Maria de Ágreda (Espanha, 1602-1665). Obra: "Mística Cidade de Deus. Ed. Mosteiro Portaceli. 2011." [3º Tomo - 2ª Parte - 6º Livro - Cap. 25 - pág. 414/415:][Maria de Ágreda diz:] O purgatório e o limbo: 1460.
Num dos lados do inferno está o purgatório, onde as almas dos justos se purificam, quando nesta vida não acabaram de satisfazer suas culpas e dela não saíram tão purificados, quanto é necessário para chegar à visão beatífica.
Esta caverna também é grande, porém, muito menor que o inferno e, ainda que no purgatório haja grandes penas, não tem comunicação com o inferno dos condenados.
Em outro lado encontra-se o limbo com duas estâncias diferentes: uma para as crianças que morrem só com o pecado original e sem obras boas ou más do próprio arbítrio; a outra estância servia de permanência para as almas dos justos já purificadas de seus pecados. Não podiam entrar no céu, nem gozar de Deus, até que se operasse a redenção humana e Cristo nosso Salvador lhes abrisse a porta (SI 23, 9) fechada pelo pecado de Adão. A caverna do limbo também é menor que o inferno, não se comunica com ele, nem tem penas dos sentidos como o purgatório. Lá chegavam as almas já purificadas no purgatório e só careciam da visão beatífica, privação em que consiste a pena de dano.
Ali se encontravam todos os que haviam morrido em graça, antes da morte do Salvador. Neste limbo, desceu sua alma santíssima unida à divindade, e isto significamos ao dizer que desceu aos infernos [Nota de rodapé da tradutora: “Atualmente traduz-se "mansão dos mortos"”]. O termo inferno significa qualquer daqueles lugares inferiores, situados nas profundezas da terra, ainda que comumente ao dizer inferno, entendemos o dos demônios e condenados. E o sentido que mais lhe atribuem, assim como por céu, entendemos o empírio onde estão e permanecerão para sempre os Santos.
Depois do juízo final só o céu e o inferno serão habitados. O purgatório já não será necessário, e
as crianças do limbo sairão para outra morada diferente.