Irmã venerável Maria de Ágreda (Espanha, 1602-1665). Obra: "Mística Cidade de Deus. Ed. Mosteiro Portaceli. 2011." [2º Tomo - 2ª Parte - 3º Livro - Cap. 15 - pág. 73:][Maria de Ágreda diz:] Deus ordena que Maria santíssima visite Santa Isabel: 191. Com admirável gozo de seu espírito, a prudentíssima Virgem deu graças a Deus por este novo mistério, e porque se dignava fazer aquele favor a seu futuro profeta e precursor, e à sua mãe Isabel. Oferecendo-se a cumprir a divina vontade, disse ao Senhor: Altíssimo Senhor, princípio e causa de todo o bem, seja vosso santo nome eternamente glorificado, conhecido e louvado por todas as nações. Eu, a menor das criaturas, dou-vos humildes graças pela misericórdia que tão liberalmente quereis usar com vossa serva Isabel e o filho de seu seio. Se vos apraz instruir-me no que devo fazer nesta ocorrência, aqui estou, meu Senhor, preparada para obedecer prontamente a vossas divinas ordens. — Respondeu-lhe o Altíssimo: Minha pomba e amiga, escolhida entre as criaturas, em verdade te digo, que por tua intercessão e por ter amor, olharei como Pai e Deus liberalíssimo tua prima Isabel e o filho que dela nascerá.
Escolho-o para meu profeta e precursor do Verbo em ti feito homem, e os considero meus, por estarem ligados a ti. Por isto, quero que meu e teu Unigênito vá visitar a mãe e libertar o filho da prisão do pecado original. Antes do tempo comum e ordinário dos outros homens (Cant 2, 14), soe aos meus ouvidos a voz de sua palavra e louvores, e com a santificação de sua alma lhe sejam revelados os mistérios da Encarnação e redenção. Para este fim, quero, esposa minha, que visites Isabel, pois as três Pessoas divinas escolhemos o filho dela para grandes obras de nosso agrado.
[2º Tomo - 2ª Parte - 3º Livro - Cap. 16 - pág. 77:][Maria de Ágreda diz:] Razões do mistério da Visitação: 200. Diz o texto sagrado de S. Lucas (1,39): Naqueles dias, levantando-se Maria santíssima dirigiu-se com muita pressa às montanhas e cidade de Judá. Este levantar-se de nossa divina Rainha e Senhora, não foi apenas a disposição exterior em partir de Nazaré, mas significa também o movimento de seu espírito e vontade. Sob o impulso divino, levantou-se interiormente do humilde retiro onde a colocava o conceito que de si fazia. Dos pés do Altíssimo, onde aguardava sua vontade e beneplácito, levantou-se como a mais humilde serva que conserva os olhos nas mãos de sua senhora, a espera de suas ordens, como disse Davi (SI 122, 2). Levantando-se à voz do Senhor, dirigiu seu amorosíssimo afeto ao cumprimento da divina vontade que era
apressar, sem dilação, a santificação do Precursor do Verbo encarnado, como que encarcerado na prisão do pecado original, no seio de Isabel. Esta era a finalidade daquela feliz viagem, e foi em vista disso que a Princesa dos céus levantou-se e partiu, com a presteza e diligência de que fala o evangelista S. Lucas.