Juliana de Norwich (Inglaterra, 1342-1416). Obra: "Revelações do Amor Divino. Ed. Paulus. 2018 — Coleção Clássicos do cristianismo."
[Capítulo 61 – pág. (pdf) 148/149:][Juliana de Norwich diz:] Então, Jesus deseja que façamos como uma dócil criança, dizendo assim: “Minha querida Mãe, minha Mãe cheia de graça, minha honrada Mãe, tem misericórdia de mim: fui tolo e não sou como tu és, e não consigo, nem posso, fazer nada senão com tua ajuda e graça”. E mesmo se não nos sentimos aliviados com isso, estamos certos de que
Jesus usa sua condição de Mãe sábia. Pois se vê que é mais proveitoso para nós chorar e lamentar, ele então permite, com misericórdia e piedade, até chegar o melhor momento, por amor a nós. E deseja, assim, que nos comportemos como uma criança, que sempre confia de modo natural no amor da mãe quando se encontra na felicidade ou aflição.
E ele deseja que assumamos poderosamente a fé na Santa Igreja e encontremos ali nossa honrada mãe, que nos consola e oferece o verdadeiro entendimento, com todos os demais santos. Pois uma única pessoa pode frequentemente ser desviada, como parece a ela mesma, mas o corpo completo da Santa Igreja nunca foi destruído, nem nunca será, e assim eternamente. Portanto,
Jesus Cristo, puro, bom e gracioso, deseja humilde e poderosamente ser atado e unido a nossa mãe, a Santa Igreja. Pois seu nobre sangue e sua preciosa água são o alimento da misericórdia, abundante para nos fazer justos e limpos; as benditas feridas de nosso salvador estão abertas e servem à nossa cura; as doces e graciosas mãos da nossa Mãe estão prontas e diligentes sobre nós, pois ele, em toda esta obra, emprega o serviço de uma amável enfermeira que nada faz além de dar atenção à segurança de sua criança.