Santa Catarina de Gênova (Itália, 1447-1510). Obra: "Tratado do Purgatório. Ed. Santa Cruz. 2019." [Pág. 42:]19. — A alma foi criada com toda a perfeição de que ela era capaz, vivendo segundo a ordenação de Deus, sem contaminar-se de mancha alguma de pecado. Mas uma vez que ela se contaminou pelo pecado original, e depois pelos pecados atuais, perde seus dons e a graça, fica morta, e não pode ser ressuscitada senão por Deus.
Já ressuscitada pelo batismo, fica nela a má inclinação, que a inclina e conduz, se ela não resiste, ao pecado atual, e morre assim outra vez.
Deus volta a ressuscitá-la com outra graça especial,
mas ela fica tão emporcalhada e convertida para si mesma, que para voltar a seu primeiro estado, àquele em que Deus a criou, serão precisas todas estas operações divinas, sem as quais a alma nunca poderia retornar à perfeição do estado primeiro, em que Deus a criou.