Tratado do Purgatório de Santa Catarina de Gênova. Ed. Santa Cruz. 2019 [Pág. 87:]Eis aqui os principais meios para evitar o purgatório:
[...] 2º —
Fazer penitência pelos pecados passadosTeremos que fazer forçosamente, queiramos ou não, nesta vida ou na outra. Tudo deve ser reparado, até o último centavo. Mas a diferença é enorme entre fazê-lo nesta vida ou na outra. Porque aqui na terra, com a penitência voluntária, podemos oferecer a Deus uma verdadeira satisfação por nossas culpas; coisa que não podemos fazer no purgatório, onde as penas têm tão só o caráter de expiação. Com dores muito mais suportáveis, mas oferecidas a Deus com amor, em espírito de penitência, unidos aos sofrimentos redentores de Jesus e de Maria, podemos saldar neste mundo todas as nossas contas com a divina justiça, aumentando ao mesmo tempo nossos merecimentos para o céu.
No purgatório, pelo contrário, com dores incomparavelmente mais terríveis, não mereceremos absolutamente nada; aquela purificação não tem valor algum meritório e deixa a alma no mesmo grau de méritos que tinha ao começá-la. Se tivéramos fé viva, como a tinham os santos, a dor para o católico teria maiores atrativos que o prazer para o gentio.
Por isso os santos se engenhavam em crucificar-se de mil maneiras. Não estavam loucos: viam, simplesmente, com claridade. O sofrer passa; mas o ter sofrido bem não passará jamais. São Pedro de Alcântara, aparecendo depois de sua morte a Santa Teresa de Jesus, disse-lhe radiante de luz: “Bendita penitência, que tão grande glória me alcançou!”.