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Sofrimento (tragédia, desgraça, catástrofe, tentação, tribulação, provação, tormento, penitência)

 A experiência da enfermidade e do sofrimento pode tornar-se escola de esperança

Papa Bento XVI (16/04/1927 — 31/12/2022)

[Mensagem do papa Bento XVI para o XVIII dia mundial do doente 2010, 22 de novembro de 2007:]

Na Última Ceia, antes de voltar para o Pai, o Senhor Jesus inclinou-se para lavar os pés aos Apóstolos, antecipando o supremo acto de amor da Cruz. Com este gesto, convidou os seus discípulos a entrar na sua mesma lógica do amor que se entrega, especialmente aos mais pequeninos e aos necessitados (cf. Jo 13, 12-17). Seguindo o seu exemplo, cada cristão é chamado a reviver, em contextos diferentes e sempre novos, a parábola do bom Samaritano que, passando ao lado de um homem abandonado meio morto pelos salteadores na margem da estrada, "vendo-o, encheu-se de piedade. Aproximou-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria vontade, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: "Trata bem dele, e o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar"" (Lc 10, 33-35).
Na conclusão da parábola, Jesus diz: "Vai, e também tu faz do mesmo modo" (Lc 10, 37). Ele dirige-se também a nós com estas palavras. Exorta-nos a inclinar-nos sobre as feridas do corpo e do espírito de muitos dos nossos irmãos e irmãs que encontramos pelas estradas do mundo; ajuda-nos a compreender que, com a graça de Deus acolhida e vivida na vida de cada dia, a experiência da enfermidade e do sofrimento pode tornar-se escola de esperança. Na verdade, como afirmei na Encíclica Spe salvi: "Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o seu sentido através da união com Cristo, que sofreu com amor infinito" (n. 37).



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.