Revelacaocatolica.com O termo “geração” é muito utilizado nas Escrituras para se referir a um defeito, vício ou pecado humano, como, por exemplo: uma geração decaída, corrompida, má, adúltera, perversa (Vide: Isaías 57:3; Jeremias 7:29; Mateus 11:16; Mateus 16:39; Lucas 11:29:32; Salmo 23|24:6), o que pode se referir também às gerações passadas, e até mesmo às futuras, caso o defeito, vício ou pecado seja propagado às novas gerações, como é o caso do pecado original. Há que se considerar ainda que algumas Bíblias traduzem o termo Geração por "raça”, como, por exemplo, "raça de víboras". De qualquer forma, vemos que por questões de pedagogia Deus fala sempre aos presentes, aos vivos, à "geração corrente", pois não faria sentido falar às gerações passadas (dos que já morreram) ou às futuras (dos que nem nasceram). O foco de Deus é a humanidade como um todo (passada, presente e futura), pois Deus é pai de todos e não se limita ao tempo. Ele vive na eternidade e cuida de todas as gerações. Deus é eterno e, portanto, vive no presente. Para ele o tempo não passa, tudo é um presente eterno. Dessa forma, a frase de Jesus
"esta geração não passará sem que tudo isso se cumpra", não deve ser interpretada literalmente, como se dirigisse apenas aos que estavam vivos naquela época histórica específica.
De outro lado, é possível verificar que Jesus não se refere apenas ao seu retorno glorioso no fim dos tempos, mas também à queda de Jerusalém (Lucas 21:20), que também é um dos muitos sinais do fim dos tempo. De fato, a queda de Jerusalém se deu no ano 70 d.C. (dentro da geração dos que estavam vivos naquela época, como profetizado). Jerusalém foi tomada pelo império romano. A cidade foi saqueada e o Templo, destruído. Também devemos considerar que os Evangelistas ao falarem do retorno gloriosos de Jesus, imediatamente relatam a Transfiguração no monte Tabor (Mateus 16:27-28; 17:1-2, Lucas 9:27-29 e Marcos 9:1-3), lugar onde Jesus deu uma amostra do seu retorno gloriosos no fim dos tempos, quando virá com toda a sua majestade, poder e glória. Pedro, uma das testemunhas oculares da transfiguração, fortalece essa interpretação através das seguintes palavras, conf. 2 Pedro 1:16-18: “Na realidade, não é baseando-nos em hábeis fábulas imaginadas que nós vos temos feito conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo,
mas por termos visto a sua majestade com nossos próprios olhos. 17.Porque
ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando do seio da
glória magnífica lhe foi dirigida esta voz: “Este é o meu Filho muito amado, em quem tenho posto todo o meu afeto”. 18.Essa mesma voz que vinha do céu nós a ouvimos,
quando estávamos com ele no monte santo. Por fim, não devemos ignorar que "Deus confunde os sábios e entendidos e as revela aos pequeninos".(Mateus 11:25, I Coríntios 1:25-28)