Padre Hélio Libardi. Obra: Religião também se aprende. Volume 6. 2001. Ed. Santuário. Aparecida/SP. 101p. 2ª edição PÁG. 44/45:
3. É pecado ser rico?
No mundo onde vivemos. observamos que há pessoas ricas e pessoas muito ricas. Por outro lado. percebemos que a pobreza desce até a miséria. O mais triste de se ver é que muitos ficam ricos à Custa dos pobres.
Não somos contra os ricos, mas também não aceitamos a teologia da prosperidade que ensina que a riqueza é uma bênção de Deus; em contraponto à pobreza, que seria a falta dessa bênção.
[...] O dinheiro é um meio para se alcançar o desenvolvimento, o bem-estar para todos e não só para alguns privilegiados. O mal está em nossa atitude face ao dinheiro.
Porque temos ou conseguimos o dinheiro, acreditamos que podemos usá-lo como bem entendemos. Porque temos dinheiro, temos também direito ao luxo, ao supérfluo, esquecendo-nos que a sobra não nos pertence, pois pertence aos pobres.
Um dinheiro que favoreça o luxo e o desperdício é o que Jesus condena. E mais ainda: condena a idolatria do dinheiro e do poder.
[...] É abençoado o dinheiro que gera emprego digno, que cai em suas mãos como fruto do trabalho.
Não é pecado ser rico, desde que se entenda que o resultado de seu trabalho tem uma destinação social e o supérfluo não lhe pertence e tem de chegar a quem de direito, que são os pobres.
Não podemos aceitar uma sociedade que exclui os pobres do bem-estar e dos direitos fundamentais de toda pessoa humana. Aqui fica bem lembrar o comentário de Jesus sobre a precariedade da vida:
O que adianta ganhar o mundo inteiro?