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Paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo
       Ressurreição de Jesus Cristo

 Desde o século IV, a tradição dos Santos Padres afirmam que Cristo, após sua ressurreição, visitou primeiro Maria, a sua Mãe

Papa João Paulo II (18/05/1920 – 02/04/2005) (AUDIÊNCIA de 21/05/1997 - Maria e a ressurreição de Cristo - https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/audiences/1997/documents/hf_jp-ii_aud_21051997.html)

1. Depois da deposição de Jesus no sepulcro, Maria «é a única que permanece a ter viva a chama da fé, preparando- se para acolher o anúncio jubiloso e surpreendente da ressurreição» (Alocução da Audiência geral, L’Osserv. Rom. ed. port., 6/4/96, pág. 12). A espera vivida no Sábado Santo constitui um dos momentos mais altos da fé da Mãe do Senhor: na obscuridade que envolve o universo, Ela entrega-se plenamente ao Deus da vida e, recordando as palavras do Filho, espera a realização plena das promessas divinas. Os Evangelhos narram diversas aparições do Ressuscitado, mas não o encontro de Jesus com a sua Mãe. Este silêncio não deve levar a concluir que, depois da Ressurreição, Cristo não tenha aparecido a Maria; convida-nos, ao contrário, a procurar os motivos dessa escolha por parte dos evangelistas. Supondo uma «omissão», ela poderia ser atribuída ao facto que tudo o que é necessário para o nosso conhecimento salvífico é confiado à palavra de «testemunhas anteriormente designadas por Deus» (Act. 10, 41), isto é, aos Apóstolos que «com grande poder» deram testemunho da ressurreição do Senhor Jesus (cf. Act. 4, 33). Antes que a eles, o Ressuscitado apareceu a algumas mulheres fiéis, por causa da sua função eclesial: «Ide dizer a Meus irmãos que partam para a Galileia, e lá Me verão» (Mt. 28, 10). Se os autores do Novo Testamento não falam do encontro da Mãe com o Filho ressuscitado, isto talvez seja atribuível ao facto que semelhante testemunho poderia ser considerado, por parte daqueles que negavam a ressurreição do Senhor, muito interessado, e portanto não digno de fé.
2. Os Evangelhos, além disso, referem um pequeno número de aparições de Jesus ressuscitado, e não certamente o relatório completo de quanto aconteceu nos quarenta dias após a Páscoa. São Paulo recorda uma aparição «a mais de quinhentos irmãos, de uma só vez» (1 Cor. 15, 6). Como justificar que um facto conhecido por muitos não seja referido pelos Evangelistas, apesar do seu carácter excepcional? É sinal evidente de que outras aparições do Ressuscitado, embora estivessem no elenco dos notórios factos ocorridos, não tenham sido mencionadas. Como poderia a Virgem, presente na primeira comunidade dos discípulos (cf. Act. 1, 14), ter sido excluída do número daqueles que se encontraram com o seu divino Filho, ressuscitado dos mortos?
3. É antes legítimo pensar que, de modo semelhante a Mãe tenha sido a primeira pessoa a quem Jesus ressuscitado apareceu. A ausência de Maria do grupo das mulheres que ao alvorecer se dirige ao sepulcro (cf. Mc. 16, 1; Mt. 28, 1), não poderia talvez constituir um indício do facto de Ela já se ter encontrado com Jesus? Esta dedução encontraria confirmação no dado que as primeiras testemunhas da ressurreição, por vontade de Jesus, foram as mulheres, que tinham permanecido fiéis ao pé da Cruz, e portanto mais firmes na fé. Com efeito, a uma delas, Maria de Magdala, o Ressuscitado confia a mensagem a ser transmitida aos Apóstolos (cf. Jo. 20, 17-18). Também este elemento consente talvez pensar em Jesus que aparece em primeiro lugar à sua Mãe, Aquela que permaneceu a mais fiel e, na prova, conservou íntegra a fé. Por fim, o carácter único e especial da presença da Virgem no Calvário e a sua perfeita união com o Filho no sofrimento da Cruz, parecem postular uma sua particularíssima participação no mistério da ressurreição. Um autor do século quinto, Sedúlio, afirma que Cristo Se mostrou no esplendor da vida ressuscitada, antes de tudo, à própria Mãe. Com efeito, Aquela que na Anunciação tinha sido a via do Seu ingresso no mundo, era chamada a difundir a maravilhosa notícia da ressurreição, para se fazer anunciadora da Sua vinda gloriosa. Inundada assim pela glória do Ressuscitado, Ela antecipa o «resplendor» da Igreja (cf. Sedúlio, Carmen Pascale, 5, 357-364, CSEL 10, 140 s.).
4. Sendo imagem e modelo da Igreja, que espera o Ressuscitado e que no grupo dos discípulos O encontra durante as aparições pascais, parece razoável pensar que Maria tenha tido um contacto pessoal com o Filho ressuscitado, para gozar também ela da plenitude da alegria pascal. Presente no Calvário durante a Sexta- Feira Santa (cf. Jo. 19, 25) e no Cenáculo, no Pentecostes (cf. Act. 1, 14), a Virgem Santíssima foi provavelmente testemunha privilegiada da ressurreição de Cristo, completando desse modo a sua participação em todos os momentos essenciais do Mistério pascal. Acolhendo Jesus ressuscitado, Maria é além disso sinal e antecipação da humanidade, que espera obter a sua plena realização mediante a ressurreição dentre os mortos. No tempo pascal a comunidade cristã, ao dirigir-se à Mãe do Senhor, convida- a a alegrar-se: «Regina caeli, laetare. Alleluja!», «Rainha do céu, alegra-te. Aleluia!». Recorda assim a alegria de Maria pela ressurreição de Jesus, prolongando no tempo o «alegra-te» que lhe fora dirigido pelo Anjo na anunciação, para que se tornasse «causa de júbilo» para a humanidade inteira.

Emanuele Giulietti, História do Rosário. 2014. Ed. Paulus, São Paulo/SP. 87p. (Pág. 62/64)

Como se rezava o rosário franciscano
No rosário franciscano, cada dezena põe em relevo uma das alegrias de Maria, e começa com um pai-nosso seguido por dez ave-marias:
1. Anunciação do anjo Gabriel a Maria
2. A visita de Maria a Santa Isabel
3. O nascimento de Jesus Cristo
4. A adoração dos magos
5. O encontrao de Jesus menino no Templo
6. O encontro com Cristo após a ressurreição
7. A assunção ao céu e a coroação de Maria
[...]
6. SEXTA ALEGRIA: Maria recebe por primeiro a aparição de Jesus ressurgido gloriosamente da morte. "Alegremo-nos contigo, ó Maria, Mãe da vida, por aquela alegria que preencheu teu coração quando viste o teu Filho ressuscitado da morte no dia da Páscoa." 1 pai-nosso, 10 ave-marias e 1 glória

Internet

O texto abaixo extraído do site conventodapenha.org.br ensina que a devoção original do Santuário de Nossa Senhora da Penha é Nossa Senhora das Alegrias, advinda das sete alegrias de Maria (rosário franciscano), título esse atribuído à Maria, alicerçado na tese dos Santos Padres que afirmam, desde o Séc. IV aos nossos dias, que Cristo, após sua ressurreição, visitou primeiro a sua Mãe.


Internet

O texto abaixo do site padrepauloricardo.org ensina que segundo uma antiga e piedosa tradição, Nossa Senhora teria sido a primeira a receber a visita de seu Filho Ressuscitado — muito antes de todas as aparições relatadas nos Evangelhos. Não se trata de um artigo de fé católica, deve-se dizer, e o próprio Pe. Paulo Ricardo já teve a oportunidade de explicar por que a Santíssima Virgem não precisava desse consolo por parte de seu Filho, dado não ter perdido em nenhum momento a fé na ressurreição dele. Mas, ao mesmo tempo, inúmeros autores piedosos defendem a tese, como Santa Brígida da Suécia, São Vicente Ferrer, Santo Inácio de Loyola e São João Paulo II.




Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.