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Evangelhos
       Sinóticos (reconhecidos oficialmente pela Igreja)

 Autenticidade dos evangelhos

Augusto Cury (Brasil, 1958-X). Obra: "Análise da Inteligência de Cristo: o Mestre dos Mestres. São Paulo. Ed. Academia de Inteligência. 1999. 232p."

Se os evangelhos fossem fruto da imaginação literária desses autores, eles não falariam mal de si mesmos, não comentariam a atitude frágil e vexatória que tiveram ao se dispersar quando Cristo foi preso. Quando Cristo se entregou aos seus opositores e deixou seus atos sobrenaturais de lado, os discípulos ficaram frágeis e confusos. Naquele momento, tiveram vergonha dele e sentiram medo. Naquela situação estressante, as janelas de suas mentes foram fechadas e eles o abandonaram. Pedro jurou que não negaria a Cristo. Amava tanto esse mestre que disse que se possível morreria com ele. Porém, Pedro, numa situação delicada, o negou. E não apenas uma vez, mas três vezes, e ainda diante de pessoas sem qualquer poder político. Quem contou aos autores dos quatro evangelhos que Pedro negou a Cristo por três vezes para alguns servos? Quem contou a sua atitude vexatória se ninguém do seu círculo de amigos sabia que ele o havia negado? Pedro, ele mesmo, teve a coragem de contá-Io. Que autor falaria mal de si mesmo? Pedro não apenas contou os fatos, mas expôs os detalhes da sua negação.” [pág. 24/25]

Se os autores dos evangelhos quisessem produzir conscientemente um herói religioso, eles, como seus discípulos, não desnudariam a vergonha que tiveram dele momentos antes de ele morrer, pois isso deporia contra a adesão a esse suposto herói, ainda mais se fosse imaginário. Esse fato representa um fenômeno inconsciente que acusa a intenção de os discípulos descreverem um homem incomum que realmente viveu nesta terra. Quando Cristo foi aprisionado, injuriado e espancado, o jovem João o abandonou, fugiu desesperadamente, juntamente com os demais discípulos. Além disso, João, o próprio autor do quarto evangelho, descreveu com uma coragem ímpar a sua fragilidade e impotência diante da dramática dor física e psicológica do seu mestre na cruz. Quando João escreveu o seu Evangelho? Quando estava velho, cerca de 90 d.C., mais de meio século depois que esse fato ocorreu. Todos os apóstolos provavelmente já tinham morrido. Nessa época, alguns estavam abandonando as linhas básicas do ensinamento de Cristo, então João, na sua velhice, descreveu tudo aquilo que tinha visto e ouvido. O que se espera de uma pessoa muito idosa, que está no fim da sua vida? Que ela não tenha mais nenhuma necessidade de simular, omitir ou mentir sobre os fatos que viu e viveu. O velho João não se escondeu atrás de suas palavras. Ele não apenas discorreu sobre uma pessoa, Cristo, que marcou profundamente sua história de vida, mas em sua descrição também não se esqueceu de abordar a sua própria fragilidade. Isto é incomum na literatura. Só tem lógica um autor expor suas mazelas desse modo se ele desejar retratar a biografia real de um personagem que está acima delas.” [pág. 25/26]

“Naquela noite, Cristo expressou a dimensão do cálice que iria beber, a dor física e psicológica que iria suportar. Se os autores dos evangelhos tivessem programado a criação de um personagem, teriam escondido a dor, o sofrimento de Cristo e o conteúdo das suas palavras. Teriam apenas comentado os seus momentos de glória, os seus milagres, a sua popularidade. A descrição da dor de Cristo é uma evidência de que ele não era uma criação literária. Não viveu um teatro; o que ele viveu foi relatado.” [pág. 27]


Augusto Cury (Brasil, 1958-X). Obra: "Análise da Inteligência de Cristo: O Mestre da Vida. São Paulo. Ed. Academia de Inteligência. 2001. 226p." (pág. 63)

Muitos soldados que estavam presentes nestas cenas se tornaram discípulos de Jesus após sua morte. Alguns carrascos foram contagiados pelo seu amor. Eles deram seus testemunhos aos escritores dos evangelhos sobre o drama que Jesus passou em seu julgamento e a violência com que foi tratado. Alguns fariseus que o amavam ocultamente também contribuíram para esses relatos.
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Jesus foi julgado e torturado por quatro pessoas: Anás, Caifás, Pilatos e Herodes.

Augusto Cury (Brasil, 1958-X). Obra: "Análise da Inteligência de Cristo: o Mestre Inesquecível. São Paulo. Ed. Academia de Inteligência. 2003. 257p." (pág. 51)

Mas essas anotações demoraram anos para ser reunidas em livros. Por quê? Eles tinham a palavra oral de Jesus. A palavra escrita não era importante para eles naquele tempo. Somente depois que novas gerações de pessoas foram acrescentadas aos seguidores de Jesus e os oráculos foram se diluindo no tempo é que eles sentiram a necessidade de reunir as anotações e recordações em livros, chamados de evangelhos.



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.