Augusto Cury (Brasil, 1958-X). Obra: "Análise da Inteligência de Cristo: O Mestre da Vida. São Paulo. Ed. Academia de Inteligência. 2001. 226p." (pág. 222/223) “Fico imaginando o que não se passava na mente daquelas pessoas sofridas que foram cativadas por ele e ganharam um novo sentido de vida. Fico pensando como o sonho delas se converteu em um grande pesadelo. Perturbadas, talvez cada uma delas fizesse inúmeras perguntas para si mesmas: Será que tudo o que ele falou não era real? Será que a vida eterna, sobre a qual ele tanto discursou, inexiste? Será que nunca mais encontraremos as pessoas que amamos e que fecharam os olhos para a existência? Se ele é o filho de Deus, onde está o seu poder? O povo estava estarrecido. Ao contemplarem o mestre do amor cambaleante e sem energia para carregar a CRUZ, não suportaram. Todos começaram a chorar. Lucas descreve o desespero incontido daquelas pessoas. A esperança dos que vieram de tão longe para vê-lo se evaporou como uma gota d"água no calor do meio-dia. O sangue escorria pela cabeça de Jesus e as lágrimas rolavam pelo rosto dos que o amavam. O sangue e as lágrimas se misturaram num dos mais emocionantes cenários da história. Aparentemente ele era o mais fracassado dos homens, mas, apesar de desfigurado, conseguia ainda causar um grande impacto nas pessoas. Os homens do sinédrio e da política romana não imaginavam que ele fosse tão querido. Estava tão abatido que não tinha forças, para carregar aquilo que ele mais queria: a cruz. Ao carregá-la, caía frequentemente, por isso precisou ser ajudado. Seu corpo todo doía, seus músculos traumatizados mal conseguiam se movimentar. Não havia, portanto, condições físicas e psíquicas para que se preocupasse com mais nada, a não ser consigo mesmo. Entretanto, ao observar as lágrimas dos que o amavam, não suportou. Seu coração se derreteu... Parou subitamente. Ergueu seus olhos! Conseguiu munir forças para dizer palavras sublimes para aliviar a inconsolável multidão.”