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 Ressurreição de Lázaro

Bíblia Ave Maria (João 12:9-11)

9.Uma grande multidão de judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara. 10.Mas os príncipes dos sacerdotes resolve­ram tirar a vida também a Lázaro, 11.porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus. (= Mt 21,1-11 = Mc 11,1-10 = Lc 19,29-40)

Bíblia Ave Maria (João 11:1-53)

1.Lázaro caiu doente em Betânia, onde estavam Maria e sua irmã Marta. 2.Maria era quem ungira o Senhor com o óleo perfumado e lhe enxugara os pés com os seus cabelos. E Lázaro, que estava enfermo, era seu irmão. 3.Suas irmãs mandaram, pois, dizer a Jesus: “Senhor, aquele que tu amas está enfermo”. 4.A essas palavras, disse-lhes Jesus: “Esta enfermidade não causará a morte, mas tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus”. 5.Ora, Jesus amava Marta, Maria, sua irmã, e Lázaro. 6.Mas, embora tivesse ouvido que ele estava enfermo, demorou-se ainda dois dias no mesmo lugar. 7.Depois, disse a seus discípulos: “Voltemos para a Judeia”. 8.“Mestre” – responderam eles –, “há pouco os judeus te queriam apedrejar, e voltas para lá?”. 9.Jesus respondeu: “Não são doze as horas do dia? Quem caminha de dia não tropeça, porque vê a luz deste mundo. 10.Mas quem anda de noite tropeça, porque lhe falta a luz”. 11.Depois dessas palavras, ele acrescentou: “Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo.” 12.Disseram-lhe os seus discípulos: “Senhor, se ele dorme, há de sarar”. 13.Jesus, entretanto, falara da sua morte, mas eles pensavam que falasse do sono como tal. 14.Então, Jesus lhes declarou abertamente: “Lázaro morreu. 15.Alegro-me por vossa causa, por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos a ele.” 16.A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: “Vamos também nós, para morrermos com ele”. 17.À chegada de Jesus, já havia quatro dias que Lázaro estava no sepulcro. 18.Ora, Betânia distava de Jerusalém cerca de quinze estádios. 19.Muitos judeus tinham vindo a Marta e a Maria, para lhes apresentar condolências pela morte de seu irmão. 20.Mal soube Marta da vinda de Jesus, saiu-lhe ao encontro. Maria, porém, estava sentada em casa. 21.Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido! 22.Mas sei também, agora, que tudo o que pedires a Deus, Deus te concederá”. 23.Disse-lhe Jesus: “Teu irmão ressurgirá”. 24.Respondeu-lhe Marta: “Sei que há de ressurgir na ressurreição no último dia”. 25.Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. 26.E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisso?”. 27.Respondeu ela: “Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo”. 28.A essas palavras, ela foi chamar sua irmã Maria, dizendo-lhe baixi­nho: “O Mestre está aí e te chama”. 29.Apenas ela o ouviu, levantou-se imediatamente e foi ao encontro dele. 30.(Pois Jesus não tinha chegado à aldeia, mas estava ainda naquele lugar onde Marta o tinha encontrado.) 31.Os judeus que estavam com ela em casa, em visita de pêsames, ao verem Maria levantar-se depressa e sair, seguiram-na, crendo que ela ia ao sepulcro para ali chorar. 32.Quando, porém, Maria chegou onde Jesus estava e o viu, lançou-se aos seus pés e disse-lhe: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido!”. 33.Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito. E, sob o impulso de profunda emoção, 34.perguntou: “Onde o pusestes?”. Responderam-lhe: “Senhor, vinde ver.” 35.Jesus pôs-se a chorar. 36.Obser­varam por isso os judeus: “Vede como ele o amava!”. 37.Mas alguns deles disseram: “Não podia ele, que abriu os olhos do cego de nascença, fazer com que este não morresse. 38.Tomado, novamente, de profunda emoção, Jesus foi ao sepul­cro. Era uma gruta, coberta por uma pedra. 39.Jesus ordenou: “Tirai a pedra”. Disse-lhe Marta, irmã do morto: “Senhor, já cheira mal, pois há quatro dias que ele está aí...”. 40.Respondeu-lhe Jesus: “Não te disse eu: Se creres, verás a glória de Deus?”. Tiraram, pois, a pedra. 41.Levantando Jesus os olhos ao alto, disse: “Pai, rendo-te graças, porque me ouviste. 42.Eu bem sei que sempre me ouves, mas falo assim por causa do povo que está em roda, para que creiam que tu me envias­te”. 43.Depois dessas palavras, exclamou em alta voz: “Lázaro, vem para fora!”. 44.E o morto saiu, tendo os pés e as mãos ligados com faixas, e o rosto coberto por um sudário. Ordenou então Jesus: “Desatai-o e deixai-o ir”. 45.Muitos dos judeus, que ti­nham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46.Alguns deles, porém, foram aos fariseus e lhes contaram o que Jesus realizara. 47.Os pontífices e os fariseus convocaram o conselho e disseram: “Que faremos? Esse homem multiplica os milagres. 48.Se o deixarmos proceder assim, todos crerão nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação”. 49.Um deles, chamado Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano, disse-lhes: “Vós não entendeis nada! 50.Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação”. 51.E ele não disse isso por si mesmo, mas, como era o sumo sacerdote daquele ano, profetizava que Jesus havia de morrer pela nação, 52.e não somente pela nação, mas também para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos. 53.E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida.

Augusto Cury (Brasil, 1958-X). Obra: "Análise da Inteligência de Cristo: O Mestre da Vida. São Paulo. Ed. Academia de Inteligência. 2001. 226p." (pág. 17/19)

“Jesus, ao contrário, não se esquecia nem dos que tinham morrido. Por isso, foi visitar seu miserável amigo Lázaro. O que se pode fazer para uma pessoa em estado de putrefação? Depois de 15 minutos de completa parada cardíaca, sem manobras de ressuscitação, o cérebro é lesado de maneira irreversível, comprometendo áreas nobres da memória. Tal situação pode causar determinado grau de deficiência mental, pois milhões de informações se desorganizam, impedindo que os quatro grandes fenômenos que lêem a memória e constroem cadeias de pensamentos sejam eficientes nesta magna tarefa intelectual. Se 15 minutos sem irrigação sanguínea podem lesar o cérebro, imagine o que não acontece em quatro dias de falecimento, como no caso de Lázaro. Não há mais nada a fazer. Todos os segredos da memória deste homem se perderam de maneira irreparável. Bilhões, trilhões de informações contidas no córtex cerebral e que alicerçavam a construção da sua inteligência se transformaram num caos. Não há mais história de vida nem personalidade. A única coisa a ser feita era tentar consolar a dor das suas irmãs, Maria e Marta. Toda vez que não havia mais nada para se fazer, aparecia o mestre da vida causando um tumulto nas leis da biologia e da física. Quando todo mundo estava desesperado, ele reagia com tranqüilidade. [...] Retirada a pedra, Jesus não foi analisar clinicamente seu amigo, não foi verificar a condição de seus órgãos, nem muito menos se importou com o assombramento das pessoas com sua atitude. Manifestando um poder incompreensível, de quem está acima das leis da ciência, ordenou que Lázaro saísse para fora. Para perplexidade de todos, um homem envolvido em ataduras sujeitou-se à sua ordem e saiu imediatamente ao seu encontro. Bilhões de células nervosas ganharam vida. Os arranjos eletrônicos que organizam as informações no córtex cerebral se reorganizaram. O sistema vascular se recompôs. Os órgãos foram restaurados, o coração voltou a pulsar, enfim, a vida começou novamente a fluir de todos os sistemas daquele cadáver. Como isto é possível? Nunca na história, até os dias de hoje, um homem clinicamente morto, cujo coração parou de bombear o sangue há vários dias, recuperou a vida, a memória, a identidade e a capacidade de pensar, como no caso de Lázaro. Jesus era verdadeiramente um homem, mas concentrava dentro de si a vida do Criador. Para ele não havia morte, tudo o que ele tocava ganhava vida. Que homem é este que faz atos que a medicina nem em seus delírios sonha em realizar? Há uma consideração a fazer nesta passagem. Ele fez um dos maiores milagres da história. Contudo, antes de fazê-lo, pediu para que os homens retirassem a pedra da tumba. Se tinha tanto poder para ressuscitar um homem, por que não tinha poder para removê-la? Primeiro é necessário tirar a pedra do medo, da Insegurança, do desespero, para que ele possa intervir.”




Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.