“Pode-se dizer que, no espaço de um século, o Evangelho penetrou todos os centros vitais do Império Romano. Documentos não cristãos, e portanto isentos de qualquer suspeição, confirmam essa realidade. Plínio, que é romano, escreve ao Imperador Trajano, por volta do ano 110, que eram "muitos, de todas as idades, de toda a condição, de um e outro sexo" os que se diziam seguidores de Cristo, e que se podia encontrá-los "não só nas cidades, mas até nas aldeias e nos campos". Um século mais tarde, Tertuliano (220d.C.) descreverá no seu estilo agressivo e vibrante a extensão e a profundidade da difusão do cristianismo: "Somos de ontem e já enchemos as vossas cidades, as vossas casas, as vossas praças, os vossos municípios, os conselhos, os campos, as tribos, as decúrias, o Palácio, o Senado e o Foro; não vos deixamos senão os vossos templos. Se nos separássemos de vós, ficaríeis aterrorizados com a vossa solidão!”. Sem dúvida são palavras carregadas de ênfase literária, mas que deixam transparecer a incrível expansão inicial do cristianismo.” [pág. 7]
“O primeiro perseguidor dos cristãos, entre os Imperadores, é Nero. São Pedro e São Paulo são vítimas dessa perseguição.” [pág. 9]
“Assim, sendo o primeiro a perseguir os servos de Deus, cravou Pedro na cruz e decapitou Paulo". Durante três séculos o cristianismo será perseguido e fustigado pelas autoridades, apoiadas e muitas vezes instigadas pelo povo; mas, enquanto aquelas e este se empenham inutilmente em destruir a semente lançada por Cristo, escreve-se uma das mais belas páginas da história do cristianismo, redigida com o sangue dos mártires. O procedimento que empregam na perseguição dos cristãos varia ao longo do tempo. A partir do final do século I e durante todo o século II, as perseguições não se dirigem aos cristãos como um todo, mas àqueles que são denunciados pelo crime de praticarem uma religio illicita. A primeira metade do século III foi de relativa paz para a Igreja de Cristo, mas os sessenta anos seguintes ficaram marcados peIas grandes perseguições de Décio (249-250), Valeriano (253-260) e, sobretudo, de Diocleciano (284-305). Agora as autoridades já não se limitam a acolher as denúncias, mas vão em busca dos possíveis cristãos, no propósito de erradicar completamente a fé em Cristo.” [pág. 10]
“Os martírios são, sem sombra de dúvida, o que há de mais conhecido e de mais impressionante sobre os primeiros cristãos. O sangue de tantos e tantos, derramado por Cristo, é um exemplo inigualável em toda a história da humanidade.” [pág. 19]
“Alguns historiadores, baseando-se nos documentos que se possui, e fazendo um estudo aproximado, calculam que durante o império de Diocleciano, por exemplo, morreram mártires pelo menos 50.000 fiéis, e que na mesma época haveria ao redor de seis milhões de cristãos.” [pág. 19]