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Concílio Ecumênico de Trento (anos 1545-1548/1551-1552/1562-1563)

Sessão XIII – Cânone I – Se alguém negar que no santíssimo sacramento da Eucaristia está contido verdadeira, real e substancialmente o corpo e o sangue juntamente com a alma e divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e por conseqüência o Cristo inteiro; mas pelo contrário, disser que apenas existe na Eucaristia um sinal, ou figura virtual, seja excomungado.
Sessão XIII – Cânone IV – Se alguém disser que, feita a consagração, não existe no admirável sacramento da eucaristia, nada além de mentiras, e que recebe, mas nem antes e nem depois permanece o verdadeiro Corpo do Senhor nas hóstias ou partículas consagradas, que se guardam depois das comunhões, seja excomungado.
Sessão XIII – Cânone VIII – Se alguém disser que Cristo, dado na eucaristia, somente é recebido espiritualmente e não também sacramental e realmente, seja excomungado.

Carta de Inácio aos Erminiotas (68-107 d.C.). Obra: "Patrística: Padres Apostólicos. São Paulo. Ed. Paulus. 1995." [catecismo primitivo] (pág. 117/118)

Eles se afastam da eucaristia e da oração, porque não professam que a eucaristia é a carne de nosso Salvador Jesus Cristo, que sofreu por nossos pecados e que, na sua bondade, o Pai ressuscitou. Desse modo, aqueles que recusam o dom de Deus [a Eucaristia], morrem nas suas disputas. Seria melhor para eles praticarem o amor, a fim de ressuscitarem também.

Santo Ireneu, Bispo de Lião (140-200 d.C.). Obra: "Patrística: Padres Apologistas. Vol. 4. Ed. Paulus. São Paulo. 1995. 624p."

“A presença real do corpo e sangue de Cristo Senhor na Eucaristia é realidade tão profunda que também garante a ressurreição aos corpos humanos. A Tradição ocupa na teologia do bispo de Lião lugar mais alto do que a própria Escritura, porque os autores sacros antes pregaram e só depois escreveram parte do que ensinaram (convém lembrar que Ireneu é o último “vir apostolicus”). A Escritura é ditada pelo Verbo de Deus e seu Espírito Santo, por isso é perfeita.” [pág. 24]

Contra as Heresias: Continuidade entre Antigo e Novo Testamento (189-198 d.C.) “Como poderão ter certeza de que o pão sobre o qual foram dadas graças é o corpo do Senhor e a taça de vinho o seu sangue se não o reconhecem como Filho do Criador do mundo, isto é, o seu Verbo pelo qual o lenho frutifica, brotam as fontes e “a terra dá primeiramente a erva, depois a espiga e por fim a espiga cheia de trigo?” Como ainda podem afirmar que a carne se corrompe e não pode participar da vida, quando ela se alimenta do corpo e do sangue do Senhor? Então, ou mudam sua maneira de pensar ou se abstenham de oferecer as ofertas de que falamos acima. Quanto a nós, nossa maneira de pensar está de acordo com a Eucaristia e a Eucaristia confirma nossa doutrina. Pois lhe oferecemos o que já é seu, proclamando, como é justo, a comunhão e a unidade da carne e do Espírito. Assim como o pão que vem da terra, ao receber a invocação de Deus, já não é pão comum, mas a Eucaristia, feita de dois elementos, o terreno e o celeste, do mesmo modo os nossos corpos, por receberem a Eucaristia, já não são corruptíveis por terem a esperança da ressurreição. A nossa oferta a ele não é como para indigente, mas é agradecimento pelos seus dons e pela santificação da criação. Deus não precisa das nossas ofertas, mas nós precisamos oferecer alguma coisa a Deus, como diz Salomão: “Quem tem compaixão do pobre empresta a Deus . O Deus que não precisa de nada aceita as nossas boas obras para poder dar-nos de volta os seus próprios bens. Como diz o Senhor: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei o reino preparado para vós: porque eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; doente e me visitastes; prisioneiro e viestes a mim”. Ele não precisa destas coisas, contudo quer que as façamos para o nosso bem, a fim de não sermos infrutuosos; e o próprio Verbo prescreveu ao povo que faça as oblações, embora não precisasse delas, para que aprendessem a servir a Deus, como quer que nós também ofereçamos continuamente e sem interrupção nossos dons no altar. Há, portanto, altar nos céus, aonde sobem as nossas preces e oferendas; e há templo, como diz João no Apocalipse: “Abriu-se o templo de Deus”; e tabernáculo: “Eis — diz — o tabernáculo de Deus, no qual habitará com os homens”. [pág. 423/424]

Escatologia Cristã (189-198 d.C.) “Estultos, completamente, os que rejeitam toda a economia de Deus, negam a salvação da carne, desprezam a sua regeneração, declarando ser ela incapaz de receber a incorruptibilidade. Mas se esta não se salva, então nem o Senhor nos resgatou no seu sangue, nem o cálice eucarístico é comunhão de seu sangue, nem o pão que partimos é a comunhão com seu corpo. Pois o sangue não pode brotar a não ser das veias, da carne e do resto da substância humana e é justamente por se ter tornado tudo isso que o Verbo de Deus nos remiu com seu sangue, como diz o seu Apóstolo: “Nele temos a redenção por seu sangue e a remissão dos pecados”. É por sermos seus membros que somos nutridos por meio das coisas criadas: ele próprio põe à nossa disposição as criaturas, fazendo o sol levantar-se e chover, como quer; ele ainda reconheceu como seu próprio sangue o cálice tirado da natureza criada, com o qual fortifica o nosso sangue, e proclamou ser seu próprio corpo o pão tirado da natureza criada com o qual se fortificam os nossos corpos. Se, portanto, o cálice que foi misturado e o pão que foi produzido recebem a palavra de Deus e se tornam a Eucaristia, isto é, o sangue e o corpo de Cristo, e se por eles cresce e se fortifica a substância da nossa carne, como podem pretender que a carne seja incapaz de receber o dom de Deus, que consiste na vida eterna, quando ela é alimentada pelo sangue e pelo corpo de Cristo, e é membro deste corpo?”. [pág. 522]

Como a cepa de videira plantada na terra frutifica no seu tempo e o grão de trigo caindo na terra, decompondo-se, ressurge multiplicado pelo Espírito de Deus que sustenta todas as coisas e que, pela inteligência, são postas ao serviço dos homens e, recebendo a palavra de Deus, se tornam eucaristia, isto é, o corpo e o sangue de Cristo, da mesma forma os nossos corpos, alimentados por esta eucaristia, depois de ser depostos na terra e se terem decomposto, ressuscitarão, no seu tempo, quando o Verbo de Deus os fará ressuscitar para a glória de Deus Pai, porque ele dará a imortalidade ao que é mortal e a incorruptibilidade ao que é corruptível, pois o poder de Deus se manifesta na fraqueza. [Nota de rodapé: Tanto firme quanto impressionante é a teologia de Ireneu sobre a Eucaristia — que por sua vez está ligada à teologia da ressurreição. Cristo recapitula todo o cosmos no pão e no vinho, e estes elementos se transformam em Eucaristia e, portanto, em alimento dos homens; ela os capacita para receber a imortalidade e a incorruptibilidade de Cristo. A carne acostumada a receber o “Pão da Vida” (cf. V,3,3) será ressuscitada e verá a Deus. “É da grandeza de Deus e não de nossa natureza que temos a capacidade da vida eterna”.]” [pág. 523]


Santa Faustina (1905-1938). Obra: "Santa Ir. Maria Faustina Kowalska, Diário, A Misericórdia Divina na minha alma. 41ª edição. Ed. Apostolado da Divina Misericórdia. Curitiba - PR. 2015. 493p."

“Hoje, o Senhor me disse: Minha filha, escreve que fico muito sentido quando as almas religiosas se aproximam do Sacramento do Amor apenas por hábito, como se não distinguissem esse alimento. Não encontro fé nem amor em seus corações. De almas assim Me aproximo com grande desgosto. Seria melhor que não Me recebessem.” [pág. 318]

“Quando mergulhei em oração, fui transportada, em espírito, à capela e vi Jesus exposto no ostensório. No lugar do ostensório, vi a face adorável do Senhor, que me disse: O que tu estás vendo na realidade, estas almas veem pela fé. Oh, como Me é agradável a grande fé delas. Repara que, embora em aparência não haja em Mim vestígio de vida, no entanto, em realidade essa vida está em toda a plenitude contida em cada Hóstia. No entanto, para Eu poder agir na alma ela deve ter fé. Oh, como Me agradável a fé viva.” [pág. 346]

“Ah, como Me dói que as almas se unam tão pouco Comigo na santa Comunhão! Espero pelas almas e elas se mostram indiferentes. Amo-as tão afetuosa e sinceramente, e elas não confiam em Mim. Quero cobri-las de graças — mas elas não querem aceitá-las. Procedem Comigo como com alguma coisa inanimada e, no entanto, tenho o Coração cheio de amor e misericórdia. — Para conheceres ao menos um pouco a Minha dor, imagina a mãe mais carinhosa, que ama muito seus filhos; no entanto, esses filhos desprezam o amor da mãe: imagina a sua dor, ninguém a poderá consolar. Isso é apenas uma pálida imagem e semelhança do Meu amor.” [pág. 351]

Vi como Nosso Senhor ia a contragosto a algumas almas na santa Comunhão. E disse-me essas palavras: Vou a alguns corações como se fosse a uma segunda Paixão.” [pág. 387]

“Agora reflita sobre o Meu amor no Santíssimo Sacramento. Ali estou todo para ti; com a Alma, o Corpo e a Divindade, como teu Esposo. Tu sabes o que exige o amor — uma coisa apenas, isto é a reciprocidade...” [pág. 427]

“Hoje estou me preparando para a vinda do Rei. O que sou eu, e quem sois Vós, Senhor, Rei da glória — glória imortal? Ó meu coração, estás consciente de quem hoje vem te visitar? — Sim, sei disso, mas estranhamente não posso compreendê-lo. Oh, se fosse ainda apenas um rei, mas é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores. Diante Dele treme todo o poder e dominação. E é Ele que vem hoje ao meu coração! No entanto, ouço que se aproxima, saio ao Seu encontro e O convido a entrar. Quando entrou na morada do meu coração, a minha alma foi tomada de tamanha reverência que desfaleceu de temor, caindo a Seus pés. Então, Jesus lhe dá a Sua mão e permite bondosamente que se assente a Seu lado. Tranquiliza-a: Estás vendo, abandonei o trono do céu para Me unir a ti. O que estás vendo é apenas uma pequena parcela e a tua alma já desfalece de amor. Como, então, se espantará o teu coração quando Me vires em toda a glória! Quero te dizer que essa vida eterna deve iniciar-se já aqui na terra pela santa Comunhão. Cada santa Comunhão te torna mais capaz de conviver com Deus por toda a eternidade.” [pág. 435]


Jaime Francisco de Moura. Obra "Por que estes ex-Protestantes se tornaram Católicos: Testemunhos de ex-pastores e leigos que voltaram à Igreja Mãe. 1ª edição. Ed. Com Deus. São José dos Campos. 2003. 252p."

Testemunho de conversão de Padre Ceodon, um ex-Protestante: ”Hoje, tenho consciência que estou numa Igreja fundada, não pelas mãos dos homens, mas pelo próprio Jesus. A Igreja que tem mais de 2000 anos de vida; com mais de 500 anos só no Brasil. A única Igreja onde encontramos Jesus Cristo presente na Eucaristia. Nas outras igrejas, o pão é só o símbolo do Corpo de Cristo. O suco de uva, simboliza o Sangue de Jesus. Na Igreja Católica não. Na Igreja Católica o pão se transubstancia no Corpo, quer dizer, torna-se o Corpo de Cristo. O vinho se transubstancia no Sangue, ou seja, torna-se o Sangue de Cristo. Hoje, sou católico, graças a Deus. Não sou mais órfão. Hoje, tenho uma mãe, chamada Maria de Nazaré.” [pág. 74]

Testemunho de conversão de Gary Hoge, ex-Ateu e Protestante Batista: “Eu descobri que a maioria dos casos onde Católicos e protestantes discordam é na interpretação bíblica; os católicos interpretaram a Bíblia literalmente; os protestantes dão uma interpretação figurativa, alegórica. Exemplos: [...] ...quando Jesus diz "Este é meu corpo," e "quem come minha carne e bebe do meu sangue tem vida eterna", os Católicos interpretam literalmente. A Eucaristia é o corpo de Jesus; verdadeiramente é a carne e o sangue. Mas a maioria dos protestantes diz que permanece só o pão e vinho (ou suco de uva) e que uma vez mais, nós não deveríamos levar as palavras de Jesus literalmente.” [pág. 182]

Scott Hahn e Kimberly. Obra: "Todos os Caminhos Levam a Roma. Ed. Cleofas. 6ª edição. 2015." (pág. 72/73, 176/177)

[Scott Hahn:] O tema da minha primeira aula foi o Evangelho de São João [...] Quando, na preparação, cheguei ao capítulo sexto, tive que dedicar semanas de cuidadosa investigação aos seguintes versículos (Jo 6, 52-68):
"Discutiam então os judeus uns com os outros, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a comer a sua carne?» Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a Minha Carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Porque a Minha carne é verdadeira Comida e o Meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, assim também o que Me come viverá por Mim. Este é o pão que desce do Céu; não é como o que comeram os vossos pais e morreram; o que come deste pão, viverá eternamente [...] A partir de então muitos dos Seus discípulos retiraram-se e já não andavam com Ele. Por isso, Jesus disse aos doze: Também vós quereis ir embora?» Mas Simão Pedro respondeu: «Senhor, a quem iríamos? Tu tens palavras de vida eterna»".
Comecei imediatamente a questionar o que os meus professores tinham me ensinado — e o que eu próprio pregava à minha congregação — sobre a Eucaristia como um mero símbolo, um símbolo profundo, certamente, mas apenas um símbolo.Depois de muita oração e de muito estudo, acabei por reconhecer que Jesus não podia falar simbolicamente quando nos convidou a comer a Sua carne e a beber o Seu sangue. Os judeus que o ouviam não teriam ficado ofendidos nem escandalizados com um mero símbolo, Aliás, se tivessem interpretado mal Jesus, tomando as suas palavras à letra — quando Ele queria que as palavras fossem tomadas em sentido figurado — teria sido fácil ao Senhor esclarecer esse ponto. Na verdade, já que muitos dos discípulos deixaram de segui-lo por causa deste ensinamento (vers. 60), teria estado moralmente obrigado a explicar que falava apenas em termos simbólicos. Mas nunca o fez. Nem nenhum cristão, ao longo de mais de mil anos, negou a Presença Real de Cristo na Eucaristia. Isso estava claríssimo. [pág. 72/73]

[Kimberly:] Jack e eu começamos a ler, frase a frase, a passagem de João 6, 52-69, analisando a doutrina católica. Embora tivesse lido São João por completo várias vezes na vida, nunca me tinha sentido tão impressionada pela força das palavras de Jesus quando diz, uma e outra vez, que devemos comer (inclusive mastigar) e beber o seu Corpo e Sangue para ter a sua Vida. Disse: - Jack, como é que você entende isso? — Penso que Jesus está falando da fé, Kimberly. Era a mesma análise que nos tinham apresentado nas aulas que ambos tínhamos tido no seminário. - Espere um pouco. Você se baseia na frase: "a carne é inútil" do versículo 63? Leia o resto do versículo: "O Espírito é que dá vida, a carne é inútil". É o Espírito que dá vida. Por outras palavras, Jesus não estava dizendo às pessoas: "Vinde, e um pode pegar num pedaço da minha mão e outro num pedaço do meu pé...”. Refere-se a um tempo posterior à Sua Morte, Ressurreição e Ascensão, no qual o Espírito daria aos seus discípulos o seu Corpo glorificado de modo que a sua carne pudesse ser fonte de vida para o mundo.Além disso, porque é que havia de ofender tanto os judeus que Jesus falasse apenas acerca da fé e de um sacrifício simbólico do seu Corpo e Sangue. Eles foram-se embora descontentes, pensado que Jesus estava falando de canibalismo. Por que é que Jesus deixaria ir embora a maioria dos seus discípulos só por um mal-entendido tão simples sem esclarecer nunca, nem sequer aos discípulos mais próximos, que estava só falando da fé num mero símbolo do seu eventual sacrifício? Pelo menos, aos discípulos mais próximos, esclareceu más interpretações dos seus ensinamentos em outras passagens da Escritura. [...] Esta discussão lançou luz também sobre outro problema que eu tinha em relação à transubstanciação: como pôde Jesus na sua humanidade dar aos seus discípulos na Última Ceia o corpo e o sangue que Ele mesmo tinha ali? E se não o fez nesse momento, então como podemos dizer que a nossa repetição deste ato é mais do que um mero símbolo?Sabia que os católicos respondiam que se tratava de um milagre, mas isso sempre me tinha parecido uma explicação demasiado fácil, até entender a sua relação com os ensinamentos da primeira parte do capítulo 6 de São João, sobre o milagre dos pães e dos peixes. Esta multiplicação da comida aponta para a milagrosa multiplicação do corpo e do sangue de Jesus para a vida do mundo. Mesmo que, considerando apenas a sua humanidade, Jesus não pudesse separar o seu Corpo e o seu Sangue no Cenáculo, para os oferecer aos seus discípulos, Ele nunca foi exclusivamente humano. Dado que Jesus era totalmente divino e totalmente humano, podia estar ali sentado com o seu Corpo e com o seu Sangue, e ao mesmo tempo converter o pão e o vinho no seu corpo e no seu sangue. [pág. 176/177]




Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.