Aqueles que duvidam vão até ele [o falso profeta] como adivinho e lhe perguntam o que lhes acontecerá. Então esse falso profeta, sem ter em si nenhum poder do espírito divino, responde-lhes segundo o que perguntam e segundo seus maus desejos, satisfazendo-lhes a alma com o que desejam. Sendo vazio ele próprio, dá respostas vãs aos homens vãos. Seja qual for a pergunta, ele responde conforme a vaidade do interrogador. Também diz coisas verdadeiras, pois o diabo o enche com o espírito, a fim de dobrar algum justo. [...] Com efeito, quem faz consulta a um falso profeta sobre alguma coisa, é idólatra, vazio da verdade e insensato. De fato, todo espírito dado por Deus não se deixa interrogar, mas, possuindo força da divindade, diz tudo espontaneamente, porque vem do alto, do poder do espírito divino. [...] O Espírito Santo não fala quando o homem quer, mas só quando Deus quer que ele fale. [...] Primeiro, tal homem [o falso profeta], que julga possuir o espírito, exalta-se a si mesmo, quer ter o primeiro lugar, e logo se apresenta descaradamente, imprudente e loquaz. Vive Mem maio a muitas delícias e muitos outros prazeres, a aceita pagamento por sua profecia. Quando nada recebe, também não profetiza. Poderia um espírito divino receber pagamento para profetizar? Não é possível que o profeta de Deus aja desse modo; o espírito desses profetas é terreno.