O Pastor de Hermas (142-155 d.C.). Obra: "Segunda Parábola, in Patrística: Padres Apostólicos. São Paulo. Ed. Paulus. 1995." [catecismo primitivo] (pág. 219/220) Essa parábola vale para os servos de Deus, o pobre e o rico.” Eu perguntei: “Senhor
[Senhor: o anjo da penitência], como assim? Explica-me.” Ele respondeu: “Escuta.
O rico tem muitos bens, mas aos olhos do Senhor ele é pobre, porque se distrai com suas riquezas. A oração e a confissão ao Senhor não lhe são importantes e, se ele as faz, são breves, fracas e sem nenhum poder. Contudo, se o rico se volta para o pobre e atende às suas necessidades, crendo que o bem que ele fez ao pobre poderá encontrar sua retribuição junto a Deus (porque
o pobre é rico por sua oração e confissão, e sua oração tem grande poder junto de Deus), então o rico atende sem hesitação às necessidades do pobre.
Assim, o pobre, socorrido pelo rico, reza por ele e agradece a Deus pelo seu benfeitor; este, por sua vez, redobra o zelo para com o pobre para não lhe falte nada na vida, pois sabe que a oração do pobre é bem acolhida e rica junto a Deus.
Desse modo, ambos cumprem sua tarefa: o pobre o faz mediante sua oração, que é sua riqueza recebida do Senhor. Ele a devolve ao Senhor na intenção daquele que o ajuda. E o rico, sem hesitação, dá ao pobre a riqueza que recebeu do Senhor.
[...] Quem age assim não será abandonado por Deus, mas será inscrito no livro dos viventes.