Concílio Ecumênico Vaticano I (ano 1869-1870) (Primeira Constituição dogmática sobre a Igreja de Cristo – Cap. I) A instituição do primado apostólico em S. Pedro
1822. Ensinamos, pois, e declaramos, segundo o testemunho do Evangelho, que
Jesus Cristo prometeu e conferiu imediata e diretamente o primado de jurisdição sobre toda a Igreja ao Apóstolo S. Pedro. Com efeito, só a Simão Pedro, a quem antes dissera:
Chamar-te-ás Cefas [Jo 1,42], depois de ter ele feito a sua profissão com as palavras: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo, foi que o Senhor se dirigiu com estas solenes palavras: Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque nem a carne nem o sangue te revelaram, mas sim meu Pai que está nos céus. E eu te digo:
Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E
dar-te-ei as chaves do reino dos céus. E tudo o que ligares sobre a terra será ligado também nos céus; e tudo o que desligares sobre a terra será desligado também nos céus [Mt 16,16 ss].
E somente a Simão Pedro conferiu Jesus, após a sua ressurreição, a jurisdição de pastor e chefe supremo de todo o seu rebanho, dizendo: Apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas [Jo 21,15 ss.]. A esta doutrina tão clara das Sagradas Escrituras, tal como sempre foi entendida pela Igreja Católica, opõe-se abertamente as sentenças perversas daqueles que, desnaturando a forma de governo estabelecida na Igreja por Cristo Nosso Senhor, negam que
só Pedro foi agraciado com o verdadeiro e próprio primado de jurisdição, com exclusão dos demais Apóstolos, quer tomados singularmente, quer em conjunto. Igualmente se opõem a esta doutrina os que afirmam que o mesmo primado não foi imediata e diretamente confiado a S. Pedro mesmo, mas à Igreja, e por meio desta a ele, como ministro dela.
1823. [Cânon]
Se, pois, alguém disser que o Apóstolo S. Pedro não foi constituído por Jesus Cristo príncipe de todos os Apóstolos e chefe visível de toda a Igreja militante; ou disser que ele não recebeu direta e imediatamente do mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo o primado de verdadeira e própria jurisdição, mas apenas o primado de honra – seja excomungado.
Scott Hahn e Kimberly. Obra: "Todos os Caminhos Levam a Roma. Ed. Cleofas. 6ª edição. 2015." (pág. 97/98) Scott: “A certa altura, perguntou-me: -
Scott, que suporte bíblico encontra você para o Papa? — Doutor Gerstner, o senhor recorda como o Evangelho de Mateus enfatiza o papel de Jesus como Filho de Davi e Rei de Israel, enviado pelo Pai para inaugurar o Reino dos céus?
Creio que Mateus 16, 17-19 nos mostra como Jesus estabeleceu esse Reino. Deu a Simão três coisas: primeiro, um novo nome, Pedro (ou Pedra); segundo, o seu compromisso de edificar a sua Igreja sobre Pedro; e, terceiro, as chaves do Reino dos Céus. É este terceiro aspecto que me parece mais interessante.Quando Jesus fala das "chaves do Reino" está se referindo a um importante texto do Antigo Testamento, Isaías 22, 20-22, onde Ezequias, o herdeiro do trono real de David e rei de Israel nos tempos de Isaías, substitui o seu velho primeiro ministro, Chebna, por um novo, chamado Eliacim. Qualquer pessoa podia dizer qual dos membros do gabinete real era o novo primeiro ministro, pois tinham-lhe sido entregues as chaves do Reino. Ao confiar a Pedro "as chaves do Reino", Jesus estabelece o cargo de primeiro-ministro para administrar a Igreja como o seu Reino na terra. Portanto, as "chaves" são um símbolo da missão e do primado de Pedro, para ser transmitido ao seu sucessor; assim foi sendo transmitido ao longo das épocas.”
Scott Hahn. Obra: "Razões para crer – Como entender, explicar e defender a Fé Católica. Ed. Cleófas. 1ª edição. 2015." (pág. 137) “Em várias ocasiões, a autoridade de Pedro foi como a autoridade dos demais Apóstolos. Ele partilhava o poder com os outros; ele os consultava; e era até corrigido por eles. Contudo, a bola sempre parava com Pedro. Em Atos 1, Pedro dirigiu o colégio apostólico na questão de como eles deveriam lidar com a crise acarretada pela morte de Judas. Em Atos 11, quando confrontado na "questão sobre a circuncisão", Pedro simplesmente lhes explicou o que Deus havia lhe mostrado e a hostilidade terminou imediatamente, sem dissidência nem discussão, ou debates adicionais: "Quando ouviram isso, todos silenciaram" (At 11,18). No Concílio de Jerusalém (At 15), foi Pedro quem pôs um fim no debate (At 15,7 12). Ele definiu a doutrina, a qual Tiago confirmou e, depois, adaptou (At 1 5, 14-18).”
Internet No vídeo abaixo, o catequista Alan Carrion explica que Jesus escolheu Pedro para ser o líder da Igreja, conf. descrito em Mateus 16:17-19 (“
Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.”. Esse é o principal fundamento bíblico sobre o primado de Pedro, mas há outras passagens que também confirmam isso. Em todas as listagens dos apóstolos contidas no Novo Testamento, Pedro é sempre o primeiro a ser citado e Judas Iscariotes o último. Depois da ressurreição, pouco antes de ser elevado ao céu, Jesus não deixou que sua Igreja ficasse sem um Vigário, sem um guia terreno. Em razão disso, Cristo, o Pastor por excelência, fez um pedido especial ao apóstolo, dizendo: “
Pedro, se tu me amas, apascenta as minhas ovelhas” (João 21:15-17), confirmando, assim a sua autoridade, que, depois da morte do apóstolo, passou aos seus sucessores, os Papas. Após a ascensão de Jesus ao céu, Pedro ainda toma a palavra no Concílio de Jerusalém, o primeiro concílio da Igreja, e toda a assembleia o ouve silenciosamente, respeitando a sua opinião e liderança (Atos 15:7).