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Reino de Deus

 História do Reino de Deus - de Adão a Jesus

Bíblia Ave Maria

ÍNDICE DOUTRINAL
REINO DE DEUS
– O Reino de Deus teve início com a instituição temporal e nacional do reino de Israel. Após o exílio da Babilônia, o Reino do Messias é considerado numa ordem mais religiosa e espiritual, como uma era de paz e de justiça universais. Nosso Senhor elevará este Reino messiânico acima de toda perspectiva nacional e temporal: trata-se, acima de tudo, do Reino de Deus nas almas, de sua manifestação exterior nas almas e de sua consumação gloriosa no fim dos tempos;
– o Reino de Deus é primeiramente todo o universo, em razão de sua criação e conservação: 1Cr 29,11; Sl 102,19; 144,13;
– o Reino de Deus é, de um modo especial, o povo de Israel, em razão de sua escolha: Ex 10,1ss; 24,3-8;
– o Reino de Deus é instaurado no Novo Testamento, mediante a pregação da penitência e conversão para Deus: Mt 3,2; 4,17; Mc 1,4.15; Lc 3,3;
– ao Reino de Deus são chamados primeiramente os judeus e, depois, todos os homens: Mt 8,11s; 10,5s; 15,24; Jo 12,20-23;
– este Reino tem uma fase temporal e outra eterna: Mt 13,3-9.18- 52; 25 inteiro.

Scott Hahn. Obra: "Razões para crer – Como entender, explicar e defender a Fé Católica. Ed. Cleófas. 1ª edição. 2015." (pág. 144 a 167)

Proponho que o olhemos para a história alvação como a história de um Reino. Apesar de tudo, a chegada do reino foi o tema que o próprio Jesus inseriu no coração do Evangelho. Desde o início de Seu ministério público, Ele proclamou: "O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo" (MC I , 15), "O Reino de Deus chegou para vós" (Mt 12,28) . Para os primeiros cristãos, o reino era uma realidade presente, já trazida por Jesus (ver, por exemplo, Cl 1,13; 1 Ts 2,12; Ap 1,6.9; 5,10).Jesus anunciou o Reino, que há muito tempo era preparado e esperado. [...] Se quisermos entender o coração do Evangelho, devemos entender que Deus prometeu no reino, o que Ele preparou e profetizou, e que Jesus cumpriu. [pág. 144]

Ao conceder o mundo para Adão, Deus deu um reino à raça humana para governá-lo como Seu vigário. Pelo orgulho e desobediência deles, contudo, Adão e Eva perderam o seu estado privilegiado. [pág. 148]

Deus restabelece parcialmente a ordem do universo, salvando a família de Noé, mas o pecado, mais uma vez, aparece em cena. [...] É por meio de Abraão que também vai se vislumbrar a figura de um rei-sacerdote, Melquisedeque, rei de Salém (Gn 14,18), que abençoou Abraão quando ele ofereceu um sacrifício de pão e vinho a Deus. [pág. 149]

Davi era um rei sacerdotal, como Deus pretendia que Adão fosse. Ele tinha o sacerdócio régio, como Deus desejava que Israel esperasse. Davi e seu filho, Salomão, deviam ser reis e sacerdotes como Melquisedeque que reinou e ofereceu sacrifício em (Jeru) Salém (ver SI 110,1-4). [pág. 155]

O seu trono será sólido para sempre: A dinastia de Davi nunca terminaria. Em todas as outras monarquias terrenas, as dinastias se elevam e caem, mas o trono de Davi seria sempre ocupado por um descendente do próprio Davi. [pág. 157]

O filho de Davi recebeu a graça da filiação divina no momento da sua unção. 3. O filho de Davi era "o Cristo", ou seja, "o messias", cujo termo em hebraico é "mashiach" que, literalmente, significa "o ungido" (ver 1Sm 16,13; 1Rs 1,43-48; 2Rs 1 1,12; SI 89,20-39). Sua unção com óleo fez dele um sacerdote e um rei, "um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque" (SI 1 10,4). [...] Foi somente sobre Davi [pág. 158] e Salomão que, tanto Judá quanto as outras tribos do norte, foram unidas num só reino que os libertou da opressão estrangeira (ver 2Sm 5,1-5; 1Rs 4,1-19). O Senhor também decretou que o reino de Davi seria para governar sobre todas as nações (SI 2,8; 72, 1-17), sobre todos os gentios que peregrinavam a Jerusalém (1 Rs 8,41-43; 10, 1-24) e sobre todo o mundo. [...] 1. A Rainha Mãe [Nossa Senhora] se torna uma parte importante do governo real. Começa com o Rei Salomão em 1RS 2,19. [pág. 159] [...] O sinal do papel do primeiro-ministro [o Papa] era o da chave do reino. "E eu vou colocar sobre seu ombro a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém fechará; ele fechará, e ninguém abrirá" [...] A oferta de agradecimento (Lv 7, 12-15) incluía pão não fermentado e vinho oferecidos a Deus em gratidão pela libertação [figura da Eucaristia]. Mestres judeus antigos previam que, quando viesse o Messias, nenhum outro sacrifício seria oferecido: a única oferta de agradecimento continuaria. A palavra hebraica para "oferta de agradecimento" é todah", e foi traduzida para eucharistia em várias traduções gregas das Escrituras e nos escritos de antigos judeus, tais como Fílon e Áquila. [pág. 160]

Isaías profetizou que a salvação viria com o nascimento de um herdeiro do trono de Davi. O domínio do novo rei seria amplo e duraria "tanto agora como para sempre" (ver IS 9,5-6). Em outra passagem (ver IS 11,1 16), Isaías previu o surgimento de um novo rebento da raiz de Jessé, que foi o pai de Davi.” [pág. 161]

A literatura intertestamentária evidencia a esperança residual que a Casa de Davi tinha em sua restauração: "Ievante-se o seu rei, o filho de Davi... que ele possa reinar sobre Israel, seu Servidor... Por tudo será santo e, seu rei, o ungido (Messias, Cristo) do Senhor!" Os escritos do Mar Morto testemunham a mesma esperança: "Ele é o ramo de Davi, que se levantará... em Sião, no fim dos tempos. Como está escrito, "Levantarei a tenda de Davi que está caída". Ou seja, a tenda caída de Davi é aquela que se levantará para salvar Israel. [pág. 162]

Vemos a resposta ... nas primeiras palavras do Novo Testamento: "Livro da genealogia de Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de Abraão" (Mt 1,1) Enfrentando um público judeu, Mateus identifica Jesus como "O Cristo", o Ungido, o Messias esperado; e acrescenta que, fiel às expectativas, o Messias nasce da Casa de Davi e da descendência de Abraão. Ao invocar esses dois nomes, Mateus evidencia as alianças. Assim, a partir do início de seu Evangelho, ele deixa claro que está anunciando a chegada do reino. Essa é a essência de sua "Boa-Nova" (significado literal da palavra "Evangelho"). As alianças tinham sido cumpridas. O reino prometido havia chegado e, de fato, era um reino universal, composto por Israel e os gentios. "De você nascerão reis... Abraão se tornará uma nação grande e poderosa, e através dele serão abençoadas todas as nações da terra" (Gn 17,6; 18,18). "Eu estabelecerei o trono real dele [de Davi] para sempre" (2Sm 7,13-14). O tão esperado rei havia chegado, o filho de Davi, o filho de Deus, o Cristo — o ungido. E Ele tinha sangue real para prová-lo [pág. 167]




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