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Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Obra "Coleção Os Pensadores: Rousseau 2. Ed. Nova Cultural. São Paulo, 1999. 303p." (pág. 139)

“Não se abre um livro de viagens em que não se encontrem descrições de caracteres e de costumes, mas fica-se espantado ao verificar que essas pessoas, que tanto descreveram coisas, só disseram o que cada um já sabia, só souberam perceber, no outro lado do mundo, o que poderiam notar sem sair de sua rua e que os verdadeiros traços que distinguem as nações e atingem olhos feitos para ver quase sempre escaparam aos seus. Daí veio esse belo provérbio de moral, tão repisado pela turba filosofesca — que os homens, em todos os lugares, são os mesmos e que, possuindo em todos os lugares as mesmas paixões e os mesmos vícios, é bastante inútil tentar caracterizar os vários povos.”

Carl Zimmer (Estados Unidos, 1966-X). Obra: "O Livro de ouro da evolução: o triunfo de uma ideia. Rio de Janeiro, 2003. Editora Ediouro. 598p."

“Igualmente, quando reconhecermos o quão recentemente as assim chamadas raças humanas divergiram de ancestrais africanos comuns, quando medirmos as minúsculas diferenças genéticas que separam os nossos grupos, então poderemos mostrar por que o racismo, esse flagelo das relações humanas por tantos séculos, não pode apresentar fundamentos de qualquer diferença real entre os grupos humanos”. [pág. 15]

Ao longo de milhões de anos, mais de uma dúzia de espécies de hominídeos evoluiu - muitos vivendo lado a lado. Mas, há cerca de 30 mil anos, só restava uma espécie: a nossa.” [pág. 417]

Todos os humanos da Terra descendem de um pequeno grupo de pessoas que viveu na África, entre 60 mil e 170 mil anos. Essa pequena população tinha pouca diversidade genética e o período que já se passou é muito pequeno para o surgimento de nova diversidade. Existe mais diversidade genética entre os chimpanzés que vivem na floresta Tai, na Costa do Marfim, do que em toda a população humana do mundo.” [pág. 484]

A linhagem que levou aos humanos ... evoluiu em espasmos e sobressaltos, produzindo muitos ramos há muito extintos e somente um que sobreviveu. Julgando pelas formas dos ossos e a sequência dos genes, várias equipes de cientistas estimam que os humanos biologicamente modernos evoluíram na África entre 200 mil e 100 mil anos atrás. Por dezenas de milhares de anos eles quase não deixaram marcas na Terra, exceto pelas ferramentas de pedra que usavam para cortar a carne. Foi há apenas 50 mil anos que eles saíram da África e, em questão de alguns poucos milhares de anos, substituíram todas as outras espécies de humanos através do Velho Mundo.” [pág. 465]

Robert Winston. Instinto humano: como os nossos impulsos primitivos moldaram o que somos hoje. São Paulo. Ed. Globo, 2006. (pág. 122/123, 290)

...os psicólogos modernos são cuidadosos ao lembrar que diferenças de cor de pele, tipo de cabelo e características faciais, e até mesmo a predisposição para certas doenças, são meras superficialidades, e neste ponto eu estou seguro de que eles estão certos. Parece haver pouquíssimas diferenças físicas entre as raças, e nenhuma diferença mental pode ser atribuída a diferentes tipos genéticos e raciais. Na verdade, em termos genéticos, a diferença entre o meu DNA e o de um !Kung [habitante da Ásia que vive no deserto de Kalahari, na Namíbia, Botswana e em Angola] é a mesma que a do seu DNA e o do seu vizinho. [pág. 122/123]

Há, no geral, maior diferença genética entre dois indivíduos escolhidos ao acaso do que entre duas pessoas de "raças" diferentes. Assim, a alta probabilidade de um jovem negro pobre cometer um crime violento diz mais a respeito do efeito de condições sociais do que dos genes da população negra. [pág. 290]




Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.