Brian Greene (Estados Unidos, 1963-X). Obra: "O tecido do cosmo: o espaço, o tempo e a textura da realidade. Editora Schwarcz Ltda: Companhia das Letras, 2005." “Mas por volta da década de 1980, quando realizações teóricas e tecnológicas permitiram submeter a exame minucioso esses alegados absurdos quânticos,
os pesquisadores confirmaram que é possível haver um vínculo instantâneo entre coisas que ocorrem em pontos muito distantes um do outro. O que Einstein refutou como absurdo pode realmente acontecer no laboratório, em condições adequadas.
[...] A mecânica quântica desafia esse ponto de vista ao revelar que, pelo menos em certas circunstâncias
existe a possibilidade de transcender o espaço.”
[pág.27]
“...uma série de experimentos realizados nas duas últimas décadas revela que
algo que fazemos em um lugar (como medir certas propriedades de uma partícula) pode sutilmente emaranhar-se com algo que ocorre em outro lugar (como o resultado da medição de certas propriedades de outra partícula distante), sem que nada seja enviado de um lugar ao outro. Esse fenômeno, embora desafie a nossa intuição, é perfeitamente compatível com as leis da mecânica quântica e foi previsto por elas muito antes de que a tecnologia pudesse propiciar-nos a sua verificação por meio de experimentos.”
[pág. 103]
“O que importa é que esses resultados, que provêm tanto de considerações teóricas quanto experimentais, dão decisivo apoio à conclusão de que
o universo admite interconexões não-locais. Algo que acontece em um lugar pode estar conectado com algo que acontece em outro lugar ainda que nada viaje de um lugar ao outro — e ainda que não haja tempo para que qualquer coisa, até mesmo a luz, possa viajar entre os eventos.
[...] De acordo com a teoria quântica e com os múltiplos experimentos que confirmaram as suas previsões,
a conexão quântica entre duas partículas pode persistir mesmo que elas estejam em lados opostos do universo. Do ponto de vista do seu emaranhamento, apesar dos trilhões de quilômetros de espaço que existem entre elas, é como se as partículas estivessem juntas.”
[pág. 104]
“A leitura mais direta dos dados é que Einstein estava errado e que
existem conexões estranhas, bizarras e "fantasmagóricas" entre coisas que estão em lugares distintos.”
[pág. 108]
“Isso parece totalmente bizarro. Mas
hoje esse emaranhamento quântico está exaustivamente comprovado. Se dois fótons estão emaranhados, a determinação do spin de um deles em torno de um eixo “força” o outro a ter o mesmo spin em torno do mesmo eixo. O ato de "medir" um fóton "obriga" o outro a sair da névoa de probabilidades e tomar um valor definido de spin — valor que corresponde precisamente ao do seu companheiro distante. E isso é surpreendente.”
[pág. 143]