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Santa Faustina (1905-1938). Obra: "Santa Ir. Maria Faustina Kowalska, Diário, A Misericórdia Divina na minha alma. 41ª edição. Ed. Apostolado da Divina Misericórdia. Curitiba - PR. 2015. 493p." (pág. 400)

“O Senhor procede comigo de modo singular. Há momentos em que Ele mesmo permite terríveis sofrimentos e, por outro lado, há momentos em que não me permite sofrer e afasta tudo que possa entristecer a minha alma. Esses são os Seus caminhos, para nós insondáveis e incompreensíveis; a nós compete submeter-nos sempre à Sua santa vontade. Existem mistérios que a mente humana jamais aprofundará aqui na terra e que só a eternidade nos desvendará.”

Blaise Pascal (França, 1623-1662). Obra: "Coleção Os Pensadores: Pascal. Ed. Nova Cultural. São Paulo, 1999. 285p." (pág. 178/179)

“Deus não se manifesta aos homens com toda a evidência com que poderia fazê-lo. [...] ...não tentarei provar aqui, por intermédio de razões naturais, quer a existência de Deus, quer a Trindade, quer a imortalidade da alma, nem coisa alguma de tal natureza; não apenas porque não me sentiria forte o suficiente para encontrar na natureza com que persuadir ateus empedernidos como também porque esse conhecimento, sem Jesus Cristo, é inútil e estéril. Mesmo que um homem estivesse convencido de que as proporções dos números são verdades imateriais, eternas e dependentes de uma primeira verdade em que subsistem, e que se chama Deus, eu não o julgaria muito adiantado em sua salvação. O Deus dos cristãos não consiste num Deus unicamente autor de verdades geométricas e da ordem dos elementos; essa é a porção dos pagãos e dos epicuristas.”

Thomas Hobbes (1588-1679). Obra: "Coleção Os Pensadores: Hobbes. Ed. Nova Cultural. São Paulo, 1999. 495p." (pág. 55)

“Contudo, aqueles que não possuem nenhuma ciência encontram-se numa condição melhor e mais nobre, com sua natural prudência, do que os homens que, por raciocinarem mal ou por confiarem na incorreta razão, caem em regras gerais falsas e absurdas. Porque a ignorância das causas e das regras não afasta tanto os homens de seu caminho como a confiança em falsas regras e o fato de tomarem, como causas daquilo a que aspiram, causas que o não são, mas sim causas do contrário.”

Immanuel Kant (1724-1804). Obra "Coleção Os Pensadores: Kant. Ed. Nova Cultural. São Paulo, 1999. 511p." (pág. 473)

É humilhante para a razão humana que nada consiga em seu uso puro, e que até necessite ainda de uma disciplina [a crítica] para reprimir os seus excessos [o ceticismo] e guardá-la contra as ilusões que disto resultam. Só que, por outro lado, a razão é enaltecida e recobra a sua autoconfiança pelo fato de que ela mesma pode e tem de exercer esta disciplina sem admitir uma outra instância censora que lhe seja superior; além disto, os limites que foi constrangida a impor ao seu uso especulativo restringem, ao mesmo tempo as pretensões sofísticas de todo oponente, podendo portanto assegurar contra quaisquer ataques tudo o que ainda possa restar-lhe de suas exigências anteriormente exageradas. O maior e talvez único proveito de toda a filosofia da razão pura é, pois, tão-somente negativo; serve não como um órganon para a ampliação, mas sim como uma disciplina para a determinação de limites, e em vez de descobrir verdade só possui o silencioso mérito de impedir erros. [A crítica é uma disciplina que descobrirá com facilidade a ilusão dogmática e forçará a razão pura a desistir de suas excessivas presunções no uso especulativo e recolher-se aos limites de seu solo próprio, qual seja, aquele dos princípios práticos (A 794/B 822)]

Coleção Os Pensadores: História da Filosofia. Ed. Nova Cultural. São Paulo, 1999. 480p. (pág. 211)

Blaise Pascal:Que altivez auto-suficiente é então essa, a do homem e sua razão, que pretende abarcar todas as coisas e até mesmo arvorar-se em demonstrar a existência de Deus? É preciso que se admita a limitação do homeme que se reconheça que, para ele, Deus é completamente incompreensível, está e sempre estará oculto. Por isso, Pascal não faz metafísica nem teologia:os princípios e Deus não são concebíveis, muito menos passíveis de demonstração.Estranha defesa da fé, caso se leve em conta que toda a tradição cristã procurava provar a existência de Deus. Mas, ao mostrar as insuficiências da razão, ao apontar para as limitações do homem, Pascal restitui a força da fé: é preciso crer, não compreender. E, por não ser demonstrável, o conteúdo da fé é uma aposta: "Incompreensível? Nem tudo o que é incompreensível deixa de existir".”

Coleção Os Pensadores: História da Filosofia. Ed. Nova Cultural. São Paulo, 1999. 480p. (pág. 306)

Immanuel Kant: “Radical, Kant não poupa a metafísica, que pretendeu construir uma concepção completa sobre Deus, a alma e o mundo. Nesta, a situação é de impasse. Proliferam doutrinas, cada uma sustentando a sua “verdade” mas que se perdem no dogmatismo, isto é, em raciocínios sobre ideias produzidas apenas pela razão, sem indagar se a própria razão tem capacidade para isso. Por isso, Kant recomenda aos pretendentes a metafísicos: "É incontornavelmente necessário pôr de lado provisoriamente seu trabalho, considerar tudo o que aconteceu até agora como não acontecido e antes de todas as coisas formular primeiramente a pergunta: se algo como a metafísica é simplesmente possível"



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.