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Deus
       Provas e evidências sobre a existência de Deus

 Se é impossível provar que Deus existe, também é impossível provar o contrário

René Descartes (1596-1650). Obra: "Coleção Os Pensadores: Descartes. Ed. Nova Cultural. São Paulo, 1999. 335p." (pág. 311)

“Porém, depois de haver reconhecido existir um Deus, porque ao mesmo tempo me convenci também de que todas as coisas dependem dele e que Ele não é um embusteiro, e que, em seguida a isso, considerei que tudo quanto concebo clara e distintamente não pode deixar de ser verdadeiro: embora não pense mais nas razões pelas quais julguei tal ser verdadeiro, desde que me recorde de havê-lo compreendido clara e distintamente, ninguém pode apresentar-me razão contrária alguma que faça com que eu duvide dele; e, desse modo, tenho dele um conhecimento certo e verdadeiro. E este mesmo conhecimento se estende também a todas as outras coisas que me recordo ter demonstrado em tempos passados, como as verdades da geometria e outras parecidas: pois, que me poderão objetar, para obrigar-me a duvidar delas? Poderão dizer-me que minha natureza é de tal maneira que sou muito sujeito a enganar-me? Mas já sei que não posso me enganar nos juízos cujas razões conheço claramente. Poderão me dizer que em outros tempos considerei muitas coisas verdadeiras e certas e que depois reconheci serem falsas? Mas eu não havia conhecido clara nem distintamente tais coisas e, não conhecendo ainda esta regra pela qual me certifico da verdade, era levado a acreditar nelas por razões que reconheci depois serem menos fortes do que então imaginara. O que mais poderão, então, objetar-me? Que talvez eu durma (como eu mesmo me objetei acima) ou que todos os pensamentos que tenho no presente não são mais verdadeiros do que os sonhos que imaginamos ao dormir? Porém, mesmo que estivesse dormindo, tudo o que se apresenta ao meu espírito com evidência é totalmente verdadeiro.”

Immanuel Kant (1724-1804). Obra "Coleção Os Pensadores: Kant. Ed. Nova Cultural. São Paulo, 1999. 511p."

Na verdade não partilho a opinião tão frequentemente externada por excelentes pensadores (por exemplo Sulzer), devido ao fato de sentirem a debilidade das provas até agora em voga, de que ainda haveria uma esperança de se vir a descobrir demonstrações evidentes para as duas proposições cardinais de nossa razão pura: a de que existe um Deus e a de que há uma vida futura. Pelo contrário, estou certo que isto jamais acontecerá. Pois de onde pretende a razão tomar o fundamento para afirmações sintéticas tais que não se referem nem aos objetos da experiência nem à sua possibilidade interna? Por outro lado, também é apoditicamente certo que jamais alguém será capaz de afirmar o oposto sequer com a mínima verossimilhança, e isto sem falarmos em asserções dogmáticas. Com efeito, já que poderia realizar isto através da razão pura, a empreitada a assumir seria a de provar a impossibilidade de um ente supremo e do sujeito pensante em nós, enquanto inteligência pura. De onde, no entanto, pretenderá retirar os conhecimentos que justificassem os seus juízos sintéticos acerca das coisas que ultrapassam toda a experiência possível? Portanto, podemos ficar totalmente tranquilos quanto a que alguém nos venha algum dia a provar o contrário.” [pág. 445/446]

“Quando ouço que uma mente incomum demonstrou que a liberdade da vontade humana, a esperança por uma vida futura e Deus não existem, estou ávido para ler o seu livro, pois espero que o seu talento seja capaz de me fazer progredir em meus conhecimentos. Já de antemão tenho certeza de que não fui bem-sucedido na resolução de nenhuma destas questões não porque acredito já estar de posse de provas irrefutáveis destas importantes proposições, mas sim porque a crítica transcendental, que me revelou todos os recursos de nossa razão pura, me convenceu integralmente de que do mesmo modo que a razão é totalmente inepta para chegar a asserções afirmativas neste campo tampouco e menos ainda é capaz de saber o suficiente para poder concluir negativamente a respeito destas perguntas. Com efeito, de onde o pretenso livre-pensador pretende tirar o conhecimento de que, por exemplo, não existe um ente supremo? Esta proposição situa-se fora do campo de uma experiência possível, e portanto também fora dos limites de todo o conhecimento humano.” [pág. 451/452]



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.