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Deus
       Provas e evidências sobre a existência de Deus

 Acreditar na existência de Deus é uma questão de fé

Immanuel Kant (1724-1804). Obra "Coleção Os Pensadores: Kant. Ed. Nova Cultural. São Paulo, 1999. 511p." (pág. 489/491)

Ora, temos que confessar que a doutrina da existência de Deus pertence à fé doutrinal. [...] Mesmo neste contexto teórico pode-se dizer que creio firmemente num Deus; em seu significado rigoroso, no entanto, esta fé ainda assim não é prática, mas tem que ser intitulada uma fé doutrinal que a teologia da natureza (Físico-Teologia) tem sempre e necessariamente que produzir. Com respeito a esta mesma sabedoria, levando em consideração o modo excelente como a natureza humana está equipada e a brevidade de vida tão inadequada a este equipamento, pode-se igualmente encontrar um fundamento suficiente para uma fé doutrinal na vida futura da alma humana. [...] Também sei com toda a certeza que ninguém conhece outras condições que conduzam à mesma unidade dos fins sob a lei moral. Mas já que portanto o preceito moral é concomitantemente a minha máxima (pois a razão ordena que ele o deve ser), então crerei inevitavelmente na existência de Deus e numa vida futura; estou certo de que nada pode fazer vacilar esta fé, pois neste caso seriam postos por terra os meus próprios princípios morais, aos quais não posso renunciar sem me tornar abominável aos meus próprios olhos. [...] O único ponto duvidoso encontrável aqui é que esta fé racional se funda sobre a pressuposição do sentimento moral. Se prescindirmos disto e tomarmos alguém totalmente indiferente diante das leis morais, então a pergunta que a razão propõe torna-se simplesmente uma tarefa para a especulação; [...] Com efeito, embora possa estar apartado do moral devido a uma carência de bons sentimentos, também neste caso ainda resta o suficiente para fazer com que tema uma existência divina e um futuro. Pois para tanto nada mais se requer senão que pelo menos lhe seja impossível pretextar qualquer certeza de que não se pode encontrar nem um tal ente nem uma tal vida futura; já que se exige que isto seja provado mediante a simples razão, e portanto apoditicamente, ele teria que expor a impossibilidade de ambas as coisas, tarefa que seguramente ser humano racional algum seria capaz de assumir.”



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.