Bíblia Ave Maria (Lucas 24:1-51) 1.No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. 2.Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. 3.Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. 4.Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. 5.Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: “Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? 6.Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galileia: 7.O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia”. 8.Então, elas se lembraram das palavras de Jesus. 9.Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais. 10.Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa. 11.Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. 12.Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera. (= Mc 16,12-13) 13.Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. 14.Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. 15.Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. 16.Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. 17.Perguntou-lhes, então: “De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes?” 18.Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: “És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias?”. 19.Perguntou-lhes ele: “Que foi?”. Disseram: “A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. 20.Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21.Nós esperávamos que fosse ele quem haveria de restaurar Israel e agora, além de tudo isso, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. 22.É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; 23.e, não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. 24.Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam-no assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram”. 25.Jesus lhes disse: “Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! 26.Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória?”. 27.E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. 28.Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. 29.Mas eles forçaram-no a parar: “Fica conosco, já é tarde e já declina o dia”. Entrou então com eles. 30.Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. 31.Então, se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. 32.Diziam então um para o outro: “Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?”. 33.Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. 34.Todos diziam: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão”. 35.Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. (= Jo 20,19-23) 36.Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco!”. 37.Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. 38.Mas ele lhes disse: “Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? 39.Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho”. 40.E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 41.Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”. 42.Então, ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. 43.Ele tomou e comeu à vista deles. 44.Depois lhes disse: “Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos.” 45.Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: 46.“Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. 47.E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48.Vós sois as testemunhas de tudo isso. 49.Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”. 50.Depois os levou para Betânia e, levantando as mãos, os abençoou. 51.Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu.
Justino de Roma (100-165 d.C.). Obra: "Diálogos com o sábio judeu Trifão (155 d.C.) in Patrística: Padres Apologistas. Vol. 2. Ed. Paulus. São Paulo. 1995. 324p." (pág. 274) “Como ele havia de ressuscitar ao terceiro dia após ser crucificado, está escrito nas Memórias dos Apóstolos que os do vosso povo, ao discutir com ele, lhe disseram: "Mostra-nos um sinal" E ele replicou: "Esta geração má e adúltera busca um sinal, e não lhes será dado nenhum sinal além daquele do profeta Jonas" [Mt 12,38-39]. Embora o tenha dito de alguma maneira oculta, todavia os fiéis puderam entender que, depois de ser crucificado, ressuscitaria no terceiro dia. Jesus pôs às claras que vossa geração era mais perversa e adúltera do que os habitantes da cidade de Nínive. De fato, quando Jonas, depois que um enorme peixe o vomitou três dias após tê-lo tragado, lhes pregou que dentro de três dias pereceriam em massa, estes anunciaram um jejum geral para todos os viventes, homens e animais, para que se vestissem de panos de saco, gemessem intensamente, se arrependessem sinceramente de coração e se afastassem da iniqüidade.”