“d) Particularmente claro é são Paulo, fiel discípulo e zeloso apóstolo de Cristo e que nos assegura de ter recebido seu evangelho diretamente de Jesus (Gl 1,12). Eis o que ele escreve aos hebreus: "Está decretado que o homem morra uma só vez, e depois disto é o julgamento" (Hb 9,27). Morra uma só vez! Não mais vezes, não muitas vezes, não um número indefinido de vezes: uma só vez! É a afirmação explícita da unicidade da vida terrestre, contra o princípio reencarnacionista da pluralidade das existências. É, em outras palavras, a condenação formal, explícita, clara da teoria da reencarnação. No Concílio Vaticano II, por ocasião da votação do n. 48 da Constituição Lumen Gentium, 123 bispos pediram a introdução de um texto especial de explícita afirmação da unicidade da vida terrestre, propondo esta emenda, que foi aceita e aprovada pelo Concílio: "Vigiemos constantemente, a fim de que, terminado o único curso de nossa vida terrestre (cf. Hb 9,27), possamos entrar com ele para as bodas e mereçamos ser contados com os benditos". Por isso diz ainda a Sagrada Escritura: "A cada um, no dia de sua morte, o Senhor retribuirá, conforme as suas obras" (Ecl 11,28). É o que Nosso Senhor repete sem cessar: desde que o homem se arrependa sinceramente dos pecados cometidos, por maiores que tenham sido, e receba o perdão divino, "entra no gozo do Senhor".“ [pág. 106]
“A carta aos hebreus resume a pregação bíblica sobre a morte com estas palavras: "Está decretado que os homens morram uma só vez; depois do que vem o julgamento" (9,27). Em 2Cor, são Paulo escreve: "Por isto (por causa da certeza da ressurreição diante do temor da morte) não nos deixamos abater. Pelo contrário, embora em nós o homem exterior vá caminhando para sua ruína, o homem interior se renova dia a dia. [...] Porquanto todos nós teremos de comparecer manifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba a retribuição do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal" (2Cor 4,16-5,10). Neste texto são Paulo conta com a união do cristão com Cristo imediatamente após a morte. Mas não sem antes comparecer perante o tribunal de Cristo. Ao ladrão arrependido, que morre crucificado ao lado de Jesus, garante seu divino Redentor: "Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23,43). Assim também na parábola do mau rico e do pobre Lázaro, contada por Cristo (cf. Lc 16,19-31): ambos morrem, um vai para o céu, outro para o inferno, sem novas oportunidades de provação.” [pág. 176]