Revelacaocatolica.com
Profecias sobre Jesus, o Messias (sobre Jesus)

 Que seria rejeitado pelos Judeus

Justino de Roma (100-165 d.C.). Obra: "I Apologia (155 d.C.) in Patrística: Padres Apologistas:. Vol. 2. Ed. Paulus. São Paulo. 1995. 324p." (pág. 63/64)

“Novamente olhai o que o profeta Isaías diz: os povos das nações que não o esperavam, iriam adorá-lo; ao contrário, os judeus que o esperavam, o desconheceram quando ele veio. As palavras são ditas na pessoa de Cristo. Ei-las: "Manifestei-me aos que não perguntavam por mim, fui encontrado por aqueles que não me buscavam. Eu disse: "Eis-me aqui" a uma nação que não invocava o meu nome. Estendi minhas mãos a um povo que não crê e contradiz, aos que andam por caminho não bom, mas atrás de seus pecados. O povo que me exaspera está diante de mim [Is 65,1-3]. Foi assim que os judeus, que possuíam as profecias e esperavam continuamente Cristo, quando este veio não o reconheceram; e não apenas isso, pois inclusive o maltrataram. Ao contrário, os gentios, que nunca tinham ouvido falar dele até que os apóstolos, tendo saído de Jerusalém, lhes contaram sua vida e lhes entregaram as profecias, cheios de alegria e de fé, renunciaram aos ídolos e se consagraram ao Deus ingênito, por meio de Cristo. Que de antemão foram conhecidas essas ignomínias que se propagariam contra os que confessam a Cristo e como são miseráveis aqueles que o blasfemam, dizendo que é bom preservar os antigos costumes, escutai como o profeta Isaías o diz brevemente. São suas as palavras: "Ai daqueles que chamam amargo ao doce e doce ao amargo!" [Is 5,20].”

Blaise Pascal (França, 1623-1662). Obra: "Coleção Os Pensadores: Pascal. Ed. Nova Cultural. São Paulo, 1999. 285p." (pág. 182, 251/252)

Razão das figuras — [Tinham de manter um povo carnal [os Judeus] e torná-lo depositário do testamento espiritual]; era necessário que, a fim de insuflar fé no Messias, existissem profecias anteriores, trazidas por pessoas insuspeitas, de cuidados, fidelidade e zelo incomuns, e conhecidas de toda a terra. Para ter êxito em tudo isso, Deus escolheu esse povo carnal, a cuja guarda confiou as profecias que predizem o Messias como libertador e dispensador dos bens carnais que esse povo amava; e assim teve um ardor extraordinário por seus profetas e trouxe à vista de toda gente esses livros que predizem o Messias, afirmando a todas as nações que ele devia chegar da maneira predita nos seus livros, que eles tinham aberto a toda gente. E assim esse povo, decepcionado pelo advento ignominioso e pobre do Messias, foi o seu mais cruel inimigo. De sorte que eis o povo do mundo menos suspeito a nos favorecer, e o mais exato e mais zeloso que se possa afirmar em relação à sua lei e aos seus profetas, que os mantêm incorruptos. De sorte que os que rejeitaram e crucificaram Jesus Cristo, que foi para eles um escândalo, são os que carregam os livros que o testemunham e que dizem que ele será rejeitado, e em escândalo. Assim, ao recusá-lo, provaram que era ele; foi também provado quer pelos judeus justos que o receberam, quer pelos injustos que o rejeitaram, ambos tendo sido preditos. [pág. 182]

Aqueles que veem dificuldade em acreditar procuram o motivo disso no fato de os judeus não crerem. "Se tal coisa fosse clara", diz-se, "por que eles não creriam?" E desejariam quase que eles cressem, para não se ver detidos pelo exemplo daquela recusa. No entanto, é essa recusa, precisamente, a base de nossa crença. Estaríamos menos dispostos a isso caso eles fossem dos nossos. Teríamos, então, um pretexto maior. É surpreendente que isso haja tornado os judeus grandes amadores das coisas preditas e grandes inimigos do cumprimento delas.Os judeus, acostumados a milagres grandes e extraordinários, contando com os golpes do mar Vermelho e da terra de Canaã como resumo dos enormes feitos do Messias, esperavam dele mistérios ainda mais fulgentes. Os de Moisés seriam apenas amostras. [...] No tempo do Messias, o povo se divide. Os espirituais seguiram o Messias; os grosseiros ficaram para servir como testemunhas. [pág. 251]

— Respondo: antes de mais nada, foi predito que eles não acreditariam em algo tão claro e que não seriam exterminados. Nada mais glorioso para o Messias; porque não era suficiente que houvesse profetas: era necessário que se conservassem insuspeitos. [...] Caso os judeus houvessem sido convertidos por Jesus Cristo, teríamos apenas testemunhas suspeitas. E, caso houvessem sido todos exterminados, não teríamos testemunhas.[pág. 252]



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.