Igor Swann. Obra "As grandes aparições de Maria: Relatos de vinte e duas aparições. Ed. Paulinas. 2ª edição. São Paulo, 2001. 375p." (pág. 126/127) “Embora os detalhes registrados divirjam quanto ao por quê, desta vez parece que Bernadete estava disposta a descobrir quem a Senhora era e lhe fez três vezes esta pergunta: "Senhora, quer ter a bondade de me dizer quem é, por favor?" Aquero começou a rir, Mas quando Bernadete repetiu a pergunta pela quarta vez, a Senhora parou de rir, sorriu e disse no dialeto Bigourdan as palavras atroadoras. "Que Soy era Immaculada Concepción"
Ao ouvir isso, Bernadete levantou-se imediatamente e, seguida por um grande cortejo de pessoas ansiosas, apressou-se a voltar à cidade, repetindo as palavras em voz alta inúmeras vezes, a fim de não esquecê-las. Ao chegar à cidade ela e um grupo de olhos arregalados irromperam na Casa do padre Peyramale. Bernadete levantou os olhos para ele, que abaixou Os seus para olhá-la e ela disse simplesmente: "
Eu sou a Imaculada Conceição".
Padre Peyramale ficou chocado, pois a alí não só havia uma questão religiosa, mas uma questão religiosa importante, sobre a qual era impossível que a Bernadete analfabeta soubesse alguma coisa. A questão é complicada, desagradável mesmo. Desde pelo menos o século XIV, o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria era fonte de controvérsias. Admitia-se que Jesus fora concebido de maneira imaculada, isto é, sem pecado, desde o momento da concepção. A questão era se Maria também fora concebida imaculada. A Senhora havia finalmente se identificado como a "Imaculada Conceição" — o que significava que ela era, na verdade, a Santíssima Virgem Maria, Mãe do Salvador e Mãe de toda a Igreja Católica Romana também. Não há dúvida que Bernadete não entendia nada disso, pois o sentido teve de lhe ser explicado muitas vezes — e, antes de entrar para a escola local das Irmãs de Nevers, onde aprendeu a ler e escrever, ela nunca entendeu muito bem suas implicações.”