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Aparições de Nossa Senhora
       Aparições principais (ano e local)
             1879 - Knock, Irlanda

 A primeira aparição

Igor Swann. Obra "As grandes aparições de Maria: Relatos de vinte e duas aparições.  Ed. Paulinas. 2ª edição. São Paulo, 2001. 375p." (pág. 152 a 163)

O evento sagrado ocorrido em Knock é importante na história das aparições da Mãe Santíssima porque é o primeiro do período moderno a ter testemunhas em grupo da aparição. Os videntes das quatro aparições francesas juntas somam no máximo dez pessoas: uma em Paris, em 1830; duas em La Salette, em 1846; uma em Lourdes, em 1859, e quatro ou seis em Pontmain, em 1871. [pág. 152]

Às oito e meia da noite, a governanta saiu da casa paroquial para visitar a amiga Margaret Beirne. Ao passar em baixo de chuva em frente à igreja, ela viu algumas "belas figuras estranhas e um altar", do lado de fora da parte de trás da igreja. Embora visse "uma luz branca" ao redor das figuras, supôs que o arcediago tivesse encomendado "as estátuas" em Dublim e as tivesse deixado na chuva. Não pensando mais no caso, continuou em direção à casa de Margaret Beirne. [pág. 156]

Quando tornaram a passar pela igreja, parece que a "coisa luminosa" estava mais luminosa ainda. As duas jovens viram que as figuras pareciam estar "sobre a grama", mas "sem tocá-la com os pés". Também notaram que o aguaceiro não molhara a cumeeira sul da igreja e a grama e o chão debaixo das figuras estavam secos. Algumas fontes indicam que as duas jovens imediatamente identificaram as três figuras como são José e são João com "Nossa Senhora" no meio. Isso não parece plausível, embora seja bastante provável que a figura central fosse "reconhecida" como a Mãe Santíssima. [pág. 157]

A viúva Beirne, Mary Beirne e Mary McLoughlin juntaram-se logo em seguida a Dominick e Catherine Murray e alguns vizinhos. Todos eles imediatamente também testemunharam a aparição. A menina Catherine Murray foi voando buscar sua tia Margaret, que veio com vizinhos, inclusive outros Beirnes. Não é improvável que todos os habitantes do pequeno povoado tenham ido ver, até mesmo o arcediago, mas os relatos diferem quanto ao número dos que se reuniram e só são coerentes ao confirmar que todos os presentes nessa ocasião realmente testemunharam a aparição. [pág. 158]

Alguns relatos afirmam que mais de duzentas pessoas estavam reunidas na chuva, que a maioria caiu de joelhos ao ver a aparição e que muitas recusaram-se a dar entrevistas com receio de serem consideradas irracionais ou malucas. No inquérito, diversas outras pessoas apresentaram-se para declarar que haviam visto de longe, e através da chuva, uma "grande luz que cobria toda a parede detrás da igreja" e haviam perguntado a si mesmas o que estaria acontecendo ali. Algumas haviam corrido até a igreja para descobrir e também testemunharam a visão. Entretanto, é difícil decidir o que as testemunhas viram. Todas viram a aparição, mas algumas viram mais que outras. Segundo o depoimento formal da viúva Beirne, que em geral, é igual à maioria dos outros: Saí depressa e fui ao lugar indicado. Quando cheguei lá vi claramente as três figuras. Aproximei-me sem demora para beijar, como eu pensava, os pés da Virgem Santíssima, mas nada senti em meu abraço além da parede [atrás] e fiquei espantada por não sentir com as mãos as figuras que vira nítida e distintamente. Do depoimento de Bridget Trench, que na época tinha 75 anos: As três figuras pareciam imóveis, como estátuas; estavam de pé perto da parede detrás da igreja [que ficava] ao fundo e pareciam estar a cerca de meio metro acima do solo. A Virgem Santíssima estava no centro; vestia-se de branco e parecia coberta com uma capa branca. Suas mãos erguiam-se na mesma posição em que o sacerdote eleva as mãos ao rezar na santa missa. Percebi [lembrei-me] nitidamente as partes inferiores de seus pés e [tentei] beijá-los três vezes; ela trazia na cabeça algo semelhante a uma coroa e tinha os olhos voltados para o céu. Chovia torrencialmente naquela hora, mas a chuva não caia onde as figuras estavam. Tive o cuidado de tocar o chão com as mãos e senti-o perfeitamente seco. O vento soprava do sul contra a parede da capela, mas nenhuma chuva caia na parte da parede ou da capela onde estavam as figuras. Não havia nenhum movimento ou sinal de atividade ao redor das figuras. [pág. 159/160]

Um menino disse ter visto anjos "que flutuaram no espaço o tempo todo, durante uma hora e meia ou mais; vi suas asas esvoaçando, mas não suas cabeças e faces que não estavam voltadas para mim" Os "anjos" estavam também de frente para o altar, como todas as testemunhas. John Curry, outro menininho, viu "dois anjos que voavam para a frente e para trás". Algumas das testemunhas notaram entalhes de "santos e anjos" na parte inferior do altar, enquanto outras viram uma cruz atrás do cordeiro. Houve quem visse "luzes", ou só luzes, não as figuras, e uma viu uma "auréola de estrelas". Todas as testemunhas oficiais e extraoficiais, porém, concordaram que havia uma luz brilhante ou luminosa bem na frente da parede detrás da igreja, descrita de maneira coerente como luz que "brilhava como prata" — uma suave luz branca. Todos os que viram as figuras declararam ter sido envoltos por essa luz. E provável que a aparição tenha durado até umas onze horas da noite, quando "desapareceu aos poucos". O povo encharcado pela chuva começou a voltar para casa. Parece que algumas pessoas foram para casa mais cedo porque estavam encharcadas e houve quem fosse pôr roupas secas e voltasse. [pág. 162/163]




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