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Igor Swann. Obra "As grandes aparições de Maria: Relatos de vinte e duas aparições.  Ed. Paulinas. 2ª edição. São Paulo, 2001. 375p."

“Muitas testemunhas começaram a descrever aspectos da aparição que outras não viam tais como santos, anjos, demônios, diabos e várias outras figuras edificantes ou horríveis — que andavam à volta da aparição propriamente dita no que hoje se poderia chamar "efeitos especiais". Na época não foi entendido que essas figuras giratórias correspondiam às visões apocalípticas que os dois jovens videntes de La Salette haviam enxergado com os olhos do espirito. A aparição e os fenômenos que a acompanhavam costumavam ocorrer em pleno dia. Mas as figuras horríveis logo foram julgadas "inquietantes" e fantasmagóricas e houve quem tagarelasse sobre elas, falando de sua origem "diabólica". A origem diabólica ou santa de uma aparição causava, já se vê, grande preocupação. Os fenômenos "inquietantes", porém, não reduziram em nada o interesse na aparição que continuou a ocorrer a intervalos regulares. De fato, o noticiário parece ter aumentado o interesse nos acontecimentos — como é o caso dos filmes de horror de hoje. Assim, um número cada vez maior de pessoas estava à mão para assistir aos "êxtases, transes, ataques e convulsões", nos quais algumas das testemunhas começaram a entrar.” [pág. 172/173]

“Uma garota de 13 anos chamada Jeanne Bellanger entrava em transes nos quais contorcia todo o corpo; quando se ajoelhava em êxtase, sua espinha entortava-se para trás até o pescoço tocar-lhe os saltos dos sapatos. A "visão disso era tão dolorosa" que muitos dos espectadores ficavam "positivamente doentes"” [pág. 174]

”Mas as visões que alguns deles descreviam "não eram nada consoladoras". Algumas vezes eram "bastante horríveis e repulsivas". Os transes ou êxtases de Marie Martel e Paul Gerard, porém, não eram considerados diabólicos e os fiéis os apoiavam com entusiasmo.” [pág. 175]

”A aparição foi uma versão do arquétipo do apocalipse sagrado, em que reencenações de céu e inferno são demonstradas comunal e simultaneamente para vários participantes. Tais cenas apocalípticas estão registradas em muitos testamentos religiosos. Muitas encontram-se na Bíblia, em especial, mas não apenas, no livro do Apocalipse.” [pág. 177]

”A palavra "santo" refere-se não só ao que é espiritualmente puro, mas também a advertências terríveis ou a um poder sobre-humano e potencialmente fatal. Na verdade o poder mais potencialmente fatal conhecido é o apocalipse, no qual os poderes do mal e do bem estão em combate direto. Nesse sentido, então, o que aconteceu após a aparição em Tilly é diretamente significativo para a aparição. Mal se passaram 14 anos desde os acontecimentos em Tilly, o norte da França, em especial a ampla área nas cercanias de Tilly-sur-Seulles, mergulhou na Primeira Grande Guerra. A área ao redor de Tilly e do litoral da Normandia tornou-se terra de lutas, trincheiras, lama, armas de gás mortífero, insanidade, lodo, doença e morte, com milhares de corpos putrefatos e valas comuns. De fato, as espinhas de cadáveres insepultos por algum tempo encolhem e fazem a cabeça e os membros inferiores arcarem para trás até se encontrarem — exatamente como acontecia a muitos dos convulsionnaires durante a aparição.” [pág. 177/178]

”A área ao redor de Tilly também foi o principal centro dos desembarques na Normandia durante a Segunda Grande Guerra e algumas das batalhas mais cruéis entre a invasão aliada e a resistência alemã aconteceram ali. Cemitérios vastos e muito tristes das duas grandes guerras apocalípticas estão por toda parte nas cercanias de Tilly-sur-Seulles.” [pág. 168]




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