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Aparições de Nossa Senhora
       Aparições principais (ano e local)
             1917 - Fátima, Portugal

 04 - Terceira aparição, de 13 de Julho de 1917, visão do Inferno, e profecias sobre a guerra

Padre João De Marchi (1914-2003). Obra: "Era uma Senhora mais brilhante que o sol. Editora Consolata. 26ª edição. Versão em Português de Portugal. 2016. Fátima-Portugal. 447p." (pág. 106/110)

[Aparição do dia 13/07/1917 aos três pastorinhos na Cova da Iria, nas palavras do Sr. Marto, pai da vidente Jacinta:] “A Lúcia, ajoelhada um pouco mais à frente, passava as contas e todos respondiam em voz alta. Acabado o terço, levanta-se tão rápida que aquilo não era força dela. Olha assim para o Nascente e grita: — Fechem os chapéus, fechem os chapéus, que já aí vem Nossa Senhora. Eu por mais que olhasse nada via. Começando então a afirmar-me, vi assim a modo uma nuvenzinha acinzentada que pairava sobre a azinheira. O sol enturviscou-se e começou a correr uma aragem tão fresquinha que consolava. Nem parecia estarmos no pino do Verão. O povo estava mudo que até metia impressão. E então comecei a ouvir um rumor, uma zoada, assim a modo como um moscardo dentro dum cântaro vazio. Mas de palavras, nada! Julgo que há de ser assim uma coisa, como quando a gente fala ao “telefónio”... Que eu nunca falei! Mas que é isto? — dizia cá para mim.
Isto é longe ou é aqui perto? Tudo isso, para mim, foi uma grande aprovação do milagre” Na verdade, a Virgem Santíssima voltara pela terceira vez sobre os braços da azinheira a falar com os seus três confidentes. Diante da Visão Celestial, uma alegria inenarrável, uma paz imensa encheu o coração dos pequenos, da Lúcia especialmente, que, muda, quase não podia crer no que o seu olhar contemplava. Com uma ternura infinita, como a duma mãe inclinada sobre o filhinho doente, a Virgem poisou o seu olhar magoado sobre a Lúcia, como a dizer-lhe: — Sou eu... e venho do Céu... No inferno não há, tanta alvura... tanta luz... Sobretudo não há bondade, não há doçura... Só no Céu desabrocham estas flores!... A Lúcia ficara extática a contemplar, a absorver... Foi a Jacinta a despertá-la daquele sonho, daquele enlevo, dizendo-lhe. — Anda, fala-Lhe que Nossa Senhora já está a falar. Humildemente, como a pedir-lhe perdão de ter duvidado dEla, a Lúcia pergunta mais uma vez: — Vossemecê que me quer? — Quero que voltem aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer — responde a Virgem. A mãe duvidava... o povo escarnecia... o senhor Prior [o Padre do local] dizia que podia ser coisa ruim...era preciso aproveitar a ocasião: — Queria pedir-Lhe para nos dizer quem é, e para fazer um milagre para que todos acreditem que Vossemecê nos aparece. — Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro direi quem sou e o que quero. E farei um milagre que todos hão-de ver para acreditarem. Contentíssima e sem perder tempo, a Lúcia começa a apresentar à Virgem os pedidos que lhe foram entregues. A Senhora, com maternal indulgência, responde que curará uns; outros, não. Que, quanto ao aleijadinho da senhora Maria Carreira, não o curaria nem o tiraria da sua pobreza, mas que rezasse todos os dias o terço em família. Um dos recomendados era um enfermo da Atouguia que pedia para ir em breve para o Céu. A este, a resposta que a Senhora dava era: — Que não tenha pressa; eu bem sei quando o hei-de ir buscar. Eram ainda conversões: uma mulher da Fátima e os filhos, uma outra do Pedrógão, casos de embriaguez, curas etc. Todos deviam rezar o terço — era a condição geral para que as graças fossem obtidas. A fim de reanimar o fervor decaído da Lúcia, a Virgem recomenda novamente a necessidade do sacrifício e confia-lhes novo segredo. Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes e em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria. “Ao dizer estas palavras — continua a Lúcia — abriu de novo as mãos como nos dois meses anteriores. O reflexo que elas expediam pareceu penetrar a terra e vimos como que um mar de fogo e, mergulhados nesse fogo, os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados — assim como o cair das faúlhas nos grandes incêndios — sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizavam e faziam estremecer de pavor. Os demónios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa”. Foi então que saiu um suspiro, quase um grito dos lábios da Lúcia que impressionou vivamente os que a rodeavam. — Ai, Nossa Senhora! — E o rosto, de expressão transtornada, torna-se-lhe quase cadavérico. Os pobres pequenos assustados, como que a pedir socorro, levantam a vista para Nossa Senhora que lhes diz com bondade e tristeza: — Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para os salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, continuará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo dos seus crimes por meio da guerra, da fome e da perseguição à Igreja e ao Santo Padre. [Lúcia julgou reconhecer o sinal de Deus na extraordinária aurora boreal que iluminou o céu na noite de 24 para 25 de Janeiro de 1938. - Por isso, convencida de que a guerra mundial - horrível, horrível - estava para rebentar, fez o possível para apressar a realização de tudo o que Nossa Senhora tinha comunicado.] Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem ao meu pedido, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições: os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas: por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da Fé. Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo. De frente às coisas terríveis que viram e ouviram, as crianças ficaram sem palavras, quase Sem sentidos. Uns instantes de silêncio e esta pergunta da Lúcia: — Vossemecê não me quer mais nada? Não, hoje não te quero mais nada.Foi então que se ouviu uma espécie de trovão como a indicar que a Aparição cessara. “Ouviu-se, nesta altura, uma coisa — conta o senhor Marto — como de um grande trovão e o arquito, que lá tinham prantado para as duas lanternitas, todo ele estremeceu, como se houvesse um tremor de terra; a Lúcia, que estava ainda de joelhos, levanta-se e volta-se tão rápida que até a saíca lhe fazia um balão. E, apontando para o Céu, grita: — Lá vai, lá vai — e depois duns instantes: — Já não se vê!... Foi daí também que eu tirei uma grande aprovação!”. O colóquio terminara e a Virgem, como de costume, elevava-se para o mesmo ponto donde viera, até que desapareceu na imensidade azul.”

Irmã Lúcia (Portugal, 1907-2005). Obra "Memórias da Irmã Lucia I. Editora Secretariado dos Pastorinhos. 14ª edição (versão em português de Portugal). 2010. Fátima-Portugal. 237p." (pág. 176/178)

[Testemunho da Irmã Lúcia, a vidente:] Momentos depois de termos chegado à Cova de Iria, junto da carrasqueira, entre numerosa multidão de povo, estando a rezar o terço, vimos o reflexo da costumada luz e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira. — Vossemecê que me quer? — perguntei. — Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer. — Queria pedir-Lhe para nos dizer Quem é, para fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemecê nos aparece. — Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro direi Quem sou, o que quero e farei um milagre que todos hão-de ver, para acreditar. Aqui, fiz alguns pedidos que não recordo bem quais foram. O que me lembro é que Nossa Senhora disse que era preciso rezarem o terço para alcançarem as graças durante o ano. E continuou: — Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria. Ao dizer estas últimas palavras, abriu de novo as mãos, como nos dois meses passados. O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos como que um mar de fogo. Mergulhados em esse fogo, os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faúlhas [faíscas] em os grandes (incêndios), sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor (deveu ser ao deparar-me com esta vista que dei esse ai! que dizem ter-me ouvido). Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa. Assustados e como que a pedir socorro, levantámos a vista para Nossa Senhora que nos disse, com bondade e tristeza: — Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida [Trata-se da aurora boreal, na noite de 25 de Janeiro de 1938, que foi um fenômeno extraordinário e que a Lúcia sempre considerou como o sinal prometido do Céu], sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé, etc. Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo. sim, podeis dizê-lo. Quando rezais o terço, dizei, depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem. Seguiu-se um instante de silêncio e perguntei: — Vossemecê não me quer mais nada? — Não. Hoje não te quero mais nada. E, como de costume, começou a elevar-se em direção ao nascente até desaparecer na imensa distância do firmamento.

Igor Swann. Obra "As grandes aparições de Maria: Relatos de vinte e duas aparições.  Ed. Paulinas. 2ª edição. São Paulo, 2001. 375p." (pág. 195)

“Mas a Senhora continuou "Sacrifiquem-se pelos pecadores e digam muitas vezes: "Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria"". Enquanto falava, a Senhora abriu as mãos e os raios de luz que delas saíram "pareciam penetrar no seio da terra". O lugar onde havia terra era agora um mar de fogo. E mergulhados nesse fogo havia demônios e almas perdidas, como se fossem brasas incandescentes e que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que produziam nuvens de fumo. Fagulhas caíam em grandes conflagrações, entre gritos e gemidos de dor e desespero. As crianças estavam tão assustadas que "poderiam ter morrido". Mas a Senhora continuou: “Vocês viram o Inferno — para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para salvá-Ias, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se elas fizerem o que eu disser a vocês, muitas almas se salvarão. E haverá paz.“



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