“Ao anoitecer do domingo, 15 de janeiro de 1933, Mariette esperava à janela um de seus irmãos que fora à casa de um amigo e estava demorando para voltar. Era uma noite sem lua e nevava um pouco. Enquanto olhava pela janela, ela viu, sobre um canteiro do pequeno jardim, a tênue figura luminosa do que parecia ser uma mulher com a cabeça ligeiramente inclinada para um lado. Mariette contou à mãe que primeiro pensou tratar-se de uma "bruxa". Alguns relatos afirmam que Louise olhou pela janela e também viu a figura luminosa de uma mulher, mas, de qualquer modo, Louise não viu as aparições subsequentes. A aparição sumiu — mas não antes de Mariette decidir que era a Virgem Santíssima e descreve-la detalhadamente. A Virgem estava envolta em uma "grande luz oval". O vestido era de um branco deslumbrante e imaculado, castamente fechado na gola, e caia com "simplicidade" em pregas amplas. A faixa de um "azul inesquecível" estava solta ao redor da cintura e caía em duas pontas à altura do joelho esquerdo. Um véu de tecido transparente, mas totalmente branco como o vestido, cobria a cabeça e os ombros da Senhora que se inclinava para a esquerda e um pouco para a frente. A bainha do vestido estava ligeiramente erguida e expunha o pé direito "enfeitado com uma rosa dourada". Do braço direito pendia um terço com o brilho de diamantes, e contas e cruz douradas que refletiam a aura oval. Quando soube da aparição, Julian Beco "não ficou impressionado" e falou sobre as tolas influências dos acontecimentos em Beauraing. No dia seguinte, Mariette foi à escola, depois de uma ausência de várias semanas. Lá ela contou a uma amiga sobre a aparição. A amiga achou que padre Jamin, pároco do povoado, deveria saber e, com permissão de Mariette, foi contar-lhe. Padre Jamin "não deu importância ao caso" e não demonstrou interesse - também achando que era "um simples eco de Beauraing". Na segunda feira, 16 de janeiro, e/ou na terça-feira, 17 de janeiro, dependendo da fonte Mariette foi ao jardim e viu de novo a aparicão. Para consternação de seu pai, viram-na ajoelhar-se e rezar, indiferente ao frio cortante. Alguns documentos afirmam que a Senhora falou pela primeira vez durante a "segunda visão" Conforme outros documentos, isso aconteceu na quarta visão, mas, em todo caso, foi na quarta-feira, 18 de janeiro, fora da casa, no frio intenso, do qual ninguém conseguiu fazer Mariette sair e entrar em casa.” [pág. 230/231]
”Os dois, e talvez Louise Beco e os outros filhos, encontraram Mariette que, em transe, saia do jardim e ia para a estrada, dizendo: "Ela está me chamando". O grupo seguiu-a, iluminando o caminho com uma lanterna, até que, depois de ajoelhar-se pelo caminho, Mariette chegou a uma pequena fonte perto da estrada. Mergulhou as mãos na fonte e, então, "pareceu voltar a si". Interrogada, afirmou que a Mãe Santíssima lhe dissera: "Esta fonte está reservada para mim", e depois acrescentara: Bonsoir, au revoir [Boa noite, adeus]. [...] No jardim, quando Mariette lhe perguntou quem ela era, a Senhora respondeu: "Sou a Virgem Santíssima dos Pobres". Na fonte, quando Mariette pediu à Senhora que explicasse se o significado das palavras "esta fonte está reservada para mim", a Mãe Santíssima explicou que a fonte era "para todas as nações, para os doentes" e que ela veio "trazer alívio aos que estão doentes". [...] Apesar do "adeus" anterior, Mariette ajoelhava-se todas as noites no jardim. Porém a aparição só voltou a surgir em 11 de fevereiro, 15 de fevereiro, 20 de fevereiro e, pela última vez, em 2 de março. Nessa ocasião, as apariões às crianças em Beauraing já haviam cessado. Em 2 de março, a Mãe Santíssima deu a Mariette uma daquelas mensagens irritantemente "secretas" (até onde descobri, nunca revelada) e depois despediu-se pela última vez com as palavras: "Eu sou a Mãe do Salvador, a Mãe de Deus. Reze bastante. Adeus".” [pág. 232/233]