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Evangelhos
       Sinóticos (reconhecidos oficialmente pela Igreja)
             Evangelho de Lucas

 Características do evangelho

Joseph Ernest Renan (1823-1892). Obra: "Vida de Jesus. In: Coleção obra-prima de cada autor.  Ed. Martins Claret. São Paulo, 2003. 528p." (pág. 51)

“Para Lucas, a dúvida não é absolutamente possível. O Evangelho de Lucas é uma composição regular, fundada em documentos anteriores. É a obra de um homem que escolhe, apara, combina. O autor desse Evangelho é certamente o mesmo dos Atos dos Apóstolos. Ora, o autor dos Atos parece um companheiro de São Pau, título que convém perfeitamente a Lucas. Sei que mais de uma objeção pode ser feita a esse raciocínio, mas uma coisa ao menos está fora de dúvida: é que o autor do terceiro Evangelho e dos Atos é um homem da segunda geração apostólica, e isso basta ao nosso estudo. A data desse evangelho pode, aliás, ser determinada com bastante precisão pelas considerações tiradas do próprio livro. O capítulo 21 de Lucas, inseparável do resto da obra, foi escrito com certeza após o cerco de Jerusalém, mas não muito tempo depois. Então estamos aqui sobre um terreno sólido, pois se trata de uma obra inteiramente de uma só mão e da mais perfeita unidade.”

Augusto Cury (Brasil, 1958-X). Obra: "O homem mais inteligente da história. Rio de Janeiro. Ed. Sextante. 2016. 265p."

Lucas escreve de forma sintética, procurando dizer muito com poucas palavras. Resume um dia em poucas e densas palavras. [pág. 66]

– Lucas comenta que "muitos se empenharam em elaborar uma narrativa histórica sobre os fatos que entre eles ocorreram, conforme descreveram testemunhas oculares e os lideres dedicados à Palavra". E diz que "ele mesmo investigou tudo em detalhe a partir de sua origem". Em seguida, ele endereça seu livro a uma pessoa específica: "Decidi te escrever um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo, para que tenhas plena convicção..."
[...]
– Vejo um escritor preocupado com fatos históricos. Não um biógrafo de gabinete, mas um autor investigativo, como se estivesse defendendo uma tese [...]
– Sim, ele perscruta fatos como um médico quando vai diagnosticar uma doença. Lucas, ao dizer que investigou, entrevistou, organizou os dados, demonstra que valoriza mais o natural do que o sobrenatural, mais o raciocínio esquemático do que uma narrativa supersticiosa. [...]

ele se envolve emocionalmente, mas tem uma lucidez surpreendente.
[...]
– E o livro de Lucas foi escrito mais de duas décadas após Jesus ter sido crucificado. [pág. 83/85]




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