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Jesus Cristo

 Jesus não pregava suas opiniões, ele pregava sobre si mesmo

Joseph Ernest Renan (1823-1892). Obra: "Vida de Jesus. In: Coleção obra-prima de cada autor.  Ed. Martins Claret. São Paulo, 2003. 528p." (pág. 137/138)

“Os homens que melhor compreenderam Deus, Sáquia-Múni, Platão, São Paulo, São Francisco de Assis, Santo Agostinho, em algumas horas de sua vida cambiante, eram deístas ou panteístas? Tal questão não tem sentido. As provas físicas e metafísicas da existência de Deus teriam deixado esses grandes homens completamente indiferentes. Eles sentiam o divino neles mesmos. É preciso situar Jesus na primeira fila dessa grande família de verdadeiros filhos de Deus. Jesus não teve visões; Deus não lhe fala como a alguém fora dele; Deus está nele; ele se sente com Deus, e tira do seu coração o que ele diz de seu Pai. Vive no seio de Deus por uma comunicação constante. Não o vê, mas o escuta, sem necessidade de raio ou sarça ardente, como Moisés; de tempestade reveladora, como Jó; ou de oráculo, como os velhos sábios gregos; de gênio familiar, como Sócrates; ou de anjo Gabriel, como Maomé. A imaginação ou a alucinação de uma Santa Teresa, por exemplo, não existe por acaso. A embriaguez do sufi que se proclama idêntico a Deus também é completamente diferente. Jesus não declara em momento algum que ele seja Deus. Ele se diz em relação direta com Deus, e se diz filho de Deus. A mais alta consciência de Deus existente no seio da humanidade foi a de Jesus. Por outro lado, compreende-se que Jesus, partindo de uma tal disposição de espírito, não será um filósofo especulativo como Sáquia-Múni. Nada está mais longe da teologia escolástica do que o Evangelho. [...] Ele não pregava suas opiniões, ele pregava sobre si mesmo.”



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.