Revelacaocatolica.com
Deus
       Atributos e características de Deus (Trindade Divina, essência, eternidade, transcendência, poder)
             Deus possui um nome inefável

 "Eu Sou", "Eu sou Aquele que Sou", "Eu sou Aquele que É", "YHWH", "Senhor", "Adonai", "Kyrios", "Yahweh", "Javé", "Jehovah", "Jeová"

Catecismo da Igreja Católica

203. Deus revelou-Se ao seu povo Israel, dando-lhe a conhecer o seu nome. O nome exprime a essência, a identidade da pessoa e o sentido da sua vida. Deus tem um nome. Não é uma força anônima. Dizer o seu nome é dar-Se a conhecer aos outros; é, de certo modo, entregar-Se a Si próprio, tornando-Se acessível, capaz de ser conhecido mais intimamente e de ser invocado pessoalmente. [...] 205. [...] Moisés disse a Deus: «Vou então procurar os filhos de Israel e dizer-lhes: "O Deus de vossos pais enviou-me a vós". Mas se me perguntarem qual é o seu nome, que hei de responder-lhes? Deus disse a Moisés: «Eu sou Aquele que sou». E prosseguiu: «Assim falarás aos filhos de Israel: Aquele que tem por nome "Eu sou" é que me enviou a vós [...] ... Será este o meu nome para sempre, nome que ficará de memória para todas as gerações» (Ex 3, 13-15). 206. Ao revelar o seu nome misterioso de YHWH, «Eu sou Aquele que É», ou «Eu sou Aquele que Sou», ou ainda «Eu sou quem Eu sou», Deus diz Quem é e com que nome deve ser chamado. Este nome divino é misterioso, tal como Deus é mistério. E, ao mesmo tempo, um nome revelado e como que a recusa dum nome. É assim que Deus exprime melhor o que Ele é, infinitamente acima de tudo o que podemos compreender ou dizer: Ele é o «Deus escondido» (Is 45, 15), o seu nome é inefável (7), e é o Deus que Se faz próximo dos homens. [...] 209. Por respeito pela santidade de Deus, o povo de Israel não pronuncia o seu nome. Na leitura da Sagrada Escritura, o nome revelado é substituído pelo título divino de «Senhor» («Adonai», em grego «Kyrios»). É sob este título que será aclamada a divindade de Jesus: «Jesus é o Senhor». 211. [...] Dando a vida para nos libertar do pecado, Jesus revelará que Ele mesmo é portador do nome divino: «Quando elevardes o Filho do Homem, então sabereis que Eu sou» (Jo 8, 28). 212. No decorrer dos séculos, a fé de Israel pôde desenvolver e aprofundar as riquezas contidas na revelação do nome divino. Deus é único, fora d"Ele não há deuses (12). Ele transcende o mundo e a história. Foi Ele que fez o céu e a terra; «eles hão-de passar, mas Vós permaneceis; tal como um vestido, eles se vão gastando [...] Vós, porém, sois sempre o mesmo e os vossos anos não têm fim» (Sl 102, 27-28). N"Ele «não há variação nem sombra de mudança» (Tg 1, 17). Ele é «Aquele que é», desde sempre e para sempre; e assim, permanece sempre fiel a Si mesmo e às suas promessas. 213. A revelação do nome inefável «Eu sou Aquele que sou» encerra, portanto, a verdade que só Deus «É». Foi nesse sentido que já a tradução dos Setenta e, na sua sequência, a Tradição da Igreja. compreenderam o nome divino: Deus é a plenitude do Ser e de toda a perfeição, sem princípio nem fim. Enquanto todas as criaturas d"Ele receberam todo o ser e o ter, só Ele é o seu próprio Ser, e Ele é por Si mesmo tudo o que Ele é. [...] 230. Deus, ao revelar-Se, continua mistério inefável: «Se O compreendesses, não seria Deus»(32). [...] 446. Na tradução grega dos Livros do Antigo Testamento, o nome inefável sob o qual Deus Se revelou a Moisés (63), YHWH, é traduzido por « Kyrios» («Senhor»). Senhor torna-se, desde então, o nome mais habitual para designar a própria divindade do Deus de Israel. É neste sentido forte que o Novo Testamento utiliza o título de «Senhor», tanto para o Pai como também – e aí é que está a novidade – para Jesus, assim reconhecido como sendo Ele próprio Deus (64). 447. O próprio Jesus veladamente atribui a Si mesmo este título, quando discute com os fariseus sobre o sentido do Salmo 110 (65), e também, de modo explícito, ao dirigir-Se aos Apóstolos (66). Ao longo de toda a vida pública, os seus gestos de domínio sobre a natureza, sobre as doenças, sobre os demônios, sobre a morte e o pecado, demonstravam a sua soberania divina. [...] 449. Ao atribuir a Jesus o título divino de Senhor, as primeiras confissões de fé da Igreja afirmam, desde o princípio (69), que o poder, a honra e a glória, devidos a Deus Pai, também são devidos a Jesus (70), porque Ele é «de condição divina» (Fl 2, 6) e o Pai manifestou esta soberania de Jesus ressuscitando-O de entre os mortos e exaltando-O na sua glória (71).


Justino de Roma (100-165 d.C.). Obra: "I Apologia (155 d.C.) in Patrística: Padres Apologistas:. Vol. 2. Ed. Paulus. São Paulo. 1995. 324p." (pág. 77)

“Com efeito, ninguém é capaz de dar um nome ao Deus inefável, se alguém se atrevesse a dizer que esse nome existe, sofreria a mais vergonhosa loucura.”

Frei Inácio Larrañaga (Espanha – 1928-2013). Obra: "O silêncio de Maria. Edições Paulinas. 39ª edição. 2012. 233p." (pág. 41/42)

“Por isso, na Bíblia, Deus é aquele que não pode ser nomeado. Existem três perguntas que, no contexto bíblico, encerram idêntico conteúdo: Quem és? O que és? Como te chamas? Na montanha, Moisés pergunta a Deus qual o seu nome. E Deus responde com o verbo ser. Como te chamas? Sou o que sou (cf. Ex 3,14), respondeu Deus, evasivamente. Ele é, exatamente, o Sem-Nome, o Inefável. Dessa maneira, a Bíblia expressa admiravelmente a transcendência de Deus. Em outro momento, quando perguntaram a Deus o seu nome, ele respondeu significativamente: "Para que quereis saber meu nome? É misterioso" (cf. Jz 13,18).”

Laurie Beth Jones. Obra: "Jesus, o maior líder que já existiu: como os princípios de liderança de Cristo podem ser aplicados no trabalho, gerando crescimento, harmonia e realização. Rio de Janeiro. Ed. Sextante. 2006. 2ª edição. 150p." (pág. 20)

“E finalmente, depois de quarenta dias de provação no deserto (Mateus 4:1-1 1), surgiu uma pessoa que tinha muita certeza sobre quem era e para o que fora chamada. Jesus enfrentou e venceu a tentação de usar seus dons de forma egoísta. Não é coincidência que, somente depois da experiência do deserto, Jesus começasse a usar as palavras “Eu sou” ao se descrever (João 4:25-26, 8:23, 15:5; Lucas 22:27; Mateus 11:29). No Velho Testamento, quando os judeus pediram a Deus uma descrição de Si Mesmo, a única resposta que receberam foi “Eu sou o que sou” (Êxodo 3:14-15). A simplicidade de Sua frase enfatizou Seu poder para eles. As palavras “Eu sou” refletem, portanto, todo o poder criador do Universo.”



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.