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Judeus

 Características do povo Judeu da época de Jesus

Joseph Ernest Renan (1823-1892). Obra: "Vida de Jesus. In: Coleção obra-prima de cada autor.  Ed. Martins Claret. São Paulo, 2003. 528p." (pág. 317)

“De fato, Jesus não podia acolher a oposição com a frieza do filósofo que, compreendendo a razão das opiniões diversas que se espalham pelo mundo, acha muito natural que não estejam de acordo com ele. Um dos principais defeitos da raça judaica é sua aspereza na controvérsia, e o tom injurioso que ela quase sempre assume nesse caso. Nunca houve no mundo disputas mais acirradas que as dos judeus entre si. E o sentimento da nuança que faz o homem ser polido e moderado. Ora, a falta de sutileza é um dos traços mais constantes no espírito semítico. As obras delicadas, como os diálogos de Platão, por exemplo, são desconhecidas desses povos. Jesus, que era isento de quase todos os defeitos de sua raça, e cuja qualidade dominante era justamente uma delicadeza infinita...

Augusto Cury (Brasil, 1958-X). Obra: "Análise da Inteligência de Cristo: o Mestre da Sensibilidade. São Paulo. Ed. Academia de Inteligência. 2000. 214p."

“Estamos acostumados à expressão "filho de Deus" mas na época tal expressão era para os judeus uma grande heresia. Eles adoravam o Deus todo-poderoso, criador dos céus e da terra, que não tem princípio de dias nem fim de existência. Para eles, os homens são apenas criaturas de Deus. Jamais admitiriam que um homem pudesse ser filho do imortal, do todo-poderoso. Dizer-se filho de Deus, para os judeus, era o mesmo que dizer que possuía a mesma natureza de Deus e, portanto, era se fazer igual a Deus. Uma blasfêmia inaceitável para eles. Como pode um homem simples, que não reivindica poder e não procura a fama, ser o próprio filho do Deus altíssimo? Isso era inconcebível para os mestres da lei.” [pág. 86]

“Contudo, apareceu na Galiléia alguém que proclama com todas as letras ser o próprio filho de Deus e que tanto ele como seu Pai tem emoções, ficam preocupados, amam cada ser humano em particular. O pensamento de Jesus revolucionou o pensamento dos judeus que adoravam um Deus inatingível, imarcescível.” [pág. 108/109]



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.