Augusto Cury (Brasil, 1958-X). Obra: "Análise da Inteligência de Cristo: o Mestre Inesquecível. São Paulo. Ed. Academia de Inteligência. 2003. 257p." “Paulo foi uma vez apedrejado e dado como morto. Seu corpo ficou coberto de sangue e dilacerado. Provavelmente, entrou em pré-coma.
[...] Ele sofreu três naufrágios. Um naufrágio seria o suficiente para provocar, em uma pessoa, fobia de tudo o que se relacionasse a mar. Passou uma noite e um dia na voragem do mar. Provavelmente, esteve flutuando agarrado a algum pedaço de madeira para não afundar. Sua pele ficou desidratada e quebradiça. Quanta dor! Fazia tudo isso por causa do amor incontrolável que sentia pelas pessoas. Enfrentou perigos de todos os tipos. Foi roubado por salteadores, foi odiado pelos judeus, foi rejeitado drasticamente pelos gentios. Passou inúmeras noites insone. Em alguns momentos, não tinha energia para continuar, era melhor abandonar tudo, mas não desistia dos sonhos de Jesus.”
[pág. 216]“Paulo foi taxado como louco, mas, outrora, ele achava loucura seguir Jesus. Foi mutilado e torturado várias vezes, teve raros momentos de descanso. Teve todos os motivos para calar-se e não mais propalar os sonhos de Jesus, mas não conseguia se calar. Ninguém conseguia silenciá-lo, nem os riscos constantes de morte. Seus cabelos embranqueceram, sua pele tinha cicatrizes de açoites e de noites mal dormidas, mas dentro dele havia uma energia inesgotável.
[...] Quando houve a primeira grande perseguição em Roma, Nero teve a grande oportunidade de ceifar a vida do homem que embriagava os romanos com o sonho da eternidade. Numa situação desesperadora, Nero enviou dois dos seus fortes escudeiros, Ferega e Partêmio, como carrascos para silenciar o dócil Paulo. Onde Paulo estava nesse momento? Ensinando. O ambiente em Roma era tenso. Ser cristão era como ser portador de lepra. Os dois carrascos se aproximaram e o viram a ensinar o povo.”
[pág. 244]”Os soldados de Nero o conduziram para fora da cidade. Lá, ele fez orações. Conversou com o Deus que nunca vira, mas que cria que morava no secreto do seu ser. Após esse momento, despediu-se dessa vida tão bela e sinuosa, tão rica e cheia de decepções, tão longa e, ao mesmo tempo, tão breve. Como tinha cidadania romana não foi crucificado. Na sua juventude, fez muitos seguidores de Cristo morrer, agora tinha chegado a sua vez... Sob uma coragem magna, ofereceu o seu pescoço aos seus carrascos e foi decapitado.”
[pág. 245]