Ensinamento de Santo Ireneu, bispo de Lião (140-200 d.C.). Obra: "Patrística: Padres Apologistas. Vol. 4. Ed. Paulus. São Paulo. 1995. 624p." (pág. 338) Contra as Heresias: Doutrina Cristã (175-189 d.C.) “Por isso, o próprio Senhor nos deu um sinal que se estende da mais profunda mansão dos mortos ao mais alto dos céus, sinal não pedido pelo homem, porque sequer poderia pensar que uma virgem, permanecendo virgem, pudesse conceber e dar à luz um filho, nem que este filho fosse o Deus conosco, que desceria ao mais baixo da terra, em busca da ovelha perdida, que era a obra que ele modelara; que subiria depois às alturas para apresentar e recomendar ao Pai o homem assim reencontrado.
Ele se constituiu primícia da ressurreição, porque, como a cabeça ressuscitou dos mortos, assim devem ressuscitar os outros membros — isto é, todos os homens que serão encontrados na vida, passado o tempo da condenação devida à desobediência —, mantidos juntos por meio de articulações e junturas e fortalecidos pelo desenvolvimento produzido por Deus, tendo no corpo o seu lugar conveniente.
São muitas as mansões, na casa do Pai porque muitos são os membros do corpo.” Ensinamento de Santo Ireneu, bispo de Lião (140-200 d.C.). Obra: "Patrística: Padres Apologistas. Vol. 4. Ed. Paulus. São Paulo. 1995. 624p." (pág. 617) Escatologia Cristã (189-198 d.C.)
“Esta será a diferença das moradas entre os que frutificaram o cem por um, o sessenta por um e o trinta por um: os primeiros serão elevados aos céus, os segundos permanecerão no paraíso e os outros morarão na cidade. Foi este o motivo pelo qual o Senhor disse que há muitas moradas na casa de seu Pai. Com efeito, tudo é de Deus que dá a todos a sua morada; como diz o seu Verbo, o Pai as distribuirá em conformidade com os merecimentos presentes e futuros. Este é o salão de festa em que tomarão lugar e se banquetearão os convidados às núpcias.
Estes são, na palavra dos presbíteros, discípulos dos apóstolos, a ordem e a disposição dos que se salvam, e os degraus pelos quais passarão: pelo Espírito subirão ao Filho e, depois, pelo Filho, ao Pai, quando o Filho entregar a sua obra ao Pai, conforme disse o Apóstolo: “É necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos para escabelo dos seus pés; e o último inimigo a ser vencido será a morte. Nos tempos do reino o homem justo que vive na terra esquecerá de morrer. Mas, continua o Apóstolo, quando ele disser: Tudo está submetido, evidentemente excluir-se-á aquele que tudo lhe submeteu. E quando todas as coisas lhe tiverem sido submetidas, então o próprio Filho se submeterá àquele que tudo lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos”.