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Livre-arbítrio

 A prática do bem depende do livre-arbítrio do homem

Santo Ireneu, Bispo de Lião (140-200 d.C.). Obra: "Patrística: Padres Apologistas. Vol. 4. Ed. Paulus. São Paulo. 1995. 624p." (pág. 502/503)

Contra as Heresias: Continuidade entre Antigo e Novo Testamento (189-198 d.C.) “Desta forma, nem o bem seria atraente, nem a união com Deus seria muito apreciada, nem muito desejado o bem que chegasse sem esforço próprio, sem preocupação, sem procura, por acontecer espontaneamente e ser inerente ao homem. Então os bons já não teriam nenhum merecimento, pois são assim mais por natureza do que pela sua vontade, possuindo o bem automaticamente e não por livre escolha, nem entenderiam a excelência do bem como não gozariam dele. Que alegria do bem seria possível para os que não o conhecem? Qual glória para os que não se esforçaram por tê-lo? Qual coroa, finalmente, para os que não a conquistaram como vencedores da luta? Por isso o Senhor disse que o reino dos céus é objeto de violência e são os violentos que se apossam dele, isto é, os que pela violência e pela luta, pela vigilância e perseverança se apossam dele. É por isso que também o apostolo Paulo diz aos coríntios: “Não sabeis que os que correm no estádio, correm todos, mas um só ganha o prêmio? Correi, portanto, de maneira a consegui-lo. Os atletas se abstêm de tudo; eles, para ganhar uma coroa perecível, nós, porem, para ganhar uma coroa imperecível. [...] Quanto maior é o esforço para obtê-la, tanto mais para nós é preciosa, e quanto mais é preciosa tanto mais a amamos: não se amam da mesma maneira as coisas encontradas por acaso e as encontradas com grande fadiga. Para nós era mais importante amar a Deus, por isso o Senhor nos deu e o Apóstolo transmitiu este ensinamento: encontrar Deus pela luta.”




Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.