Revelacaocatolica.com
Alma, Espírito e Corpo

 Diferença entre Sopro de vida e Espírito vivificante

Santo Ireneu, Bispo de Lião (140-200 d.C.). Obra: "Patrística: Padres Apologistas. Vol. 4. Ed. Paulus. São Paulo. 1995. 624p." (pág. 545/546)

Escatologia Cristã (189-198 d.C.) “Uma coisa é o sopro de vida que faz o homem psíquico e outra coisa é o Espírito vivificante que o torna espiritual. Por isso Isaías diz: “Assim fala o Senhor, que fez o céu e o firmou, que consolidou a terra e o que ela encerra, que deu o sopro ao povo que a habita e o Espírito aos que a pisam”: ele afirma que o sopro foi dado indistintamente a todos os que vivem na terra, ao passo que o Espírito foi dado exclusivamente aos que calcam aos pés as concupiscências terrenas. Eis por que Isaías, retomando a distinção feita, acrescenta: “De mim sai o Espírito e eu sou o Autor de todo sopro”, atribuindo ao Espírito lugar junto a Deus, o qual, nos últimos tempos, o efundiu sobre o gênero humano pela adoção, mas situa o sopro indiferentemente sobre todas as criaturas e o mostra como coisa feita. Ora, o que foi feito é distinto daquele que o fez; o sopro é coisa situada no tempo, enquanto o Espírito é eterno. O sopro tem momento de força, demora um pouco de tempo e depois desaparece, deixando sem respiração o ser em que antes se encontrava. O Espírito, ao contrário, depois de ter envolvido o homem por fora e por dentro, durará para sempre e nunca o abandonará. “Mas, diz o Apóstolo, referindo-se somente a nós, homens, não precede o que é espiritual, mas, antes, o que é psíquico e depois o espiritual”. Nada de mais certo, porque era necessário que o homem fosse primeiramente modelado e só depois recebesse a alma e somente depois dela recebesse a comunhão do Espírito. Eis por que também “o primeiro Adão foi feito alma vivente pelo Senhor, e o segundo Adão foi feito Espírito vivificante”. Por isso, como o homem, feito pessoa animada, voltando-se ao mal, perdeu a vida, assim, ele, convertendo-se ao bem e recebendo o Espírito vivificante, reencontrará a vida.”



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.