Santo Ireneu, Bispo de Lião (140-200 d.C.). Obra: "Patrística: Padres Apologistas. Vol. 4. Ed. Paulus. São Paulo. 1995. 624p." (pág. 602/603) Escatologia Cristã (189-198 d.C.) “Se o Senhor se submeteu às leis da morte para ser primogênito entre os mortos e ficou três dias nas regiões inferiores da terra antes de ressuscitar na carne, para mostrar aos discípulos também os sinais dos pregos, e assim subir ao Pai, devem-se envergonhar os que afirmam que o inferno é este nosso mundo e que o homem interior sobe para um lugar supraceleste, deixando aqui o corpo.
Tendo o Senhor ido entre as sombras da morte, onde estavam as almas dos mortos, e ressuscitando depois corporalmente, e depois de ressuscitado, sendo levado ao céu, indicou que o mesmo aconteceria com seus discípulos, pois era para eles que o Senhor fez tudo isso: as almas deles irão a um lugar invisível estabelecido por Deus e aí ficarão até a ressurreição, à espera dela; depois, reassumirão seus corpos numa ressurreição perfeita, isto é, nos seus corpos, da mesma forma que o Senhor ressuscitou, e irão à presença de Deus. “Nenhum discípulo é superior ao mestre, mas todo discípulo será perfeito como o seu mestre”.
Como o nosso Mestre não voltou logo para o céu, mas esperou o tempo da sua ressurreição, estabelecido pelo Pai e indicado pela história de Jonas, e ressuscitando depois de três dias, foi assunto ao céu; assim nós devemos esperar o momento da nossa ressurreição estabelecido pelo Pai e prenunciado pelos profetas. Então, ressuscitando, serão levados ao céu os que, entre nós, o Senhor julgará dignos.”