ANÁLISE DO AUTOR SOBRE O INTERROGATÓRIO DO BISPO INQUISIDOR:
“...o fenômeno no seu conjunto permanece inexplicável para quem não aceita uma referência sobrenatural.
[...]Assim, aquelas chagas abertas, aquelas feridas que, normalmente, deveriam provocar mau cheiro, na realidade exalavam eflúvios de flores que atraíam agradavelmente.” [pág. 25]
“O inquisidor quer ver a cela do indagado: inspeciona-a, mas não encontra medicamentos nem qualquer outra coisa digna de nota. Pede-lhe que fale do perfume que parece difundir-se dos estigmas. Todavia, ele não entra em pormenores quanto à sua proveniência e declara não saber explicar tal fato: "Na cela só tenho sabão".” [pág. 80]
“O exame visual das chagas, realizado pelo inquisidor, pôs em evidência pelo menos três elementos importantes:
[...]3. Das "chagas" do padre e do sangue coagulado emanava um perfume fortíssimo de violetas, não um mau cheiro como ocorre, geralmente, em feridas Sangrentas. Pelo contrário, esse perfume demonstra ter um excepcional poder de propagação! Também esse era um dado decididamente favorável à origem sobrenatural dos estigmas. Nem era suficiente formular a hipótese de que o Padre Pio usaria perfumes em grande quantidade. Na verdade, o perfume só era sentido de vez em quando e, muitas vezes, a distância do frade.” [pág. 104]
“Também surgem importantes confirmações sobre a autenticidade das chagas. A exsudação sanguínea constante, além do fato de apresentar formas bem precisas; o perfume exalado, em vez de um cheiro fétido, geralmente causado por sobreposição bacteriana e necrose dos tecidos; a ausência de processos degenerativos dos tecidos ou de alguma cicatrização definitiva; a mutabilidade do formato da chaga no peito....” [pág. 107]
INVESTIGAÇÃO DO BISPO INQUISIDOR DO SANTO OFÍCIO RAFFAELLO CARLO ROSSI:
“E um desses fatos é o perfume que, repito, senti, como todos sentem: o único que não o sente é o Padre Pio. De onde isso procede?” [pág. 167]
“Aliás, se efetivamente ele, por alguma razão, tivesse consigo aquele perfume, dever-se-ia senti-lo sempre. Pelo contrário, não. É percebido só em alguns momentos, por ondas: dentro e fora da cela, quando o padre passa, no lugar que ele ocupa no coro e até a distância: um caso do gênero ocorreu com o arcipreste Prencipe, que sentiu o perfume na igreja paroquial ao dar a comunhão a uma das pessoas que se aproximavam do Padre Pio, como também com o Padre Lorenzo, o superior; no entanto, as pessoas que estavam com ele nada notaram. E observe-se que o Padre Lorenzo é muito sério, prudente e, em princípio, "cético" a respeito de tudo quanto se dizia do capuchinho. Além disso, havia os panos brancos banhados em sangue vertido das feridas do Padre Pio, o seu solidéu, as luvas, os cabelos cortados há dois anos que conservavam esse perfume... De onde vem?” [pág. 168]
PRIMEIRO DEPOIMENTO DO PADRE LORENZO DE SAN MARCO IN LAMIS, SUPERIOR DOS CAPUCHINHOS DE SAN GIONAVVI ROTONDO, DIA 16/06/1921, ÀS 9HS:
“Outra coisa especial: o perfume que, às vezes, se sente vivamente e que exala dele. Hesitei, e ainda hesito, pois não consigo encontrar uma explicação. O que me faz suspeitar que não é uma coisa comum é o fato de, algumas vezes, ser possível senti-lo, enquanto em outras não; vem em ondas. O Padre Pio fica próximo de mim no coro, por isso, sinto bem (o perfume). Uma vez o padre provincial disse-me que também estava hesitante; mas teve essa experiência quando estava no confessionário ao fundo da igreja, enquanto o Padre Pio se achava no convento, num dia de grande afluência de pessoas. E aquele perfume tinha penetrado na caixa de tabaco, no tabaco e na capa.” [pág. 201]
PRIMEIRO DEPOIMENTO DO PADRE LUIGI DA SERRA CAPRIOLA, CAPUCHINHO, DIA 17/06/1921, ÀS 8HS:
“Quanto ao perfume, posso testemunhar que também eu o senti, não só no quarto, mas, muitas vezes, passando pelo corredor, junto dele. E, ainda, no quarto onde estou e onde ele dormiu algumas noites, quando estava sendo colocado piso novo no seu, e igualmente onde deixou um pano banhado em sangue. Também senti o perfume do capuz e das luvas.” [pág. 225]
PRIMEIRO DEPOIMENTO DO PADRE ROMOLO DE SAN MARCO IN LAMIS, CAPUCHINHO, DIA 18/06/1921, ÀS 7:30HS:
“P.: Caso tenha sentido o perfume, o que pensa a esse respeito? R.: Acho que o senti algumas vezes. Defini-o como uma espécie de lírio. Muitos aperceberam-se dele; se não estou enganado, acho que também o senti. Aliás, posso dizer que o senti por diversas vezes.” [pág. 234]
DEPOIMENTO DO PADRE LUDOVICO DE SAN GIOVANNI ROTONDO, CAPUCHINHO, DIA 18/06/1921, ÀS 11HS:
“Há dois fatos em que me baseio para referir a santidade de Padre Pio: os estigmas e o perfume que exala, porque não é algo natural; não se lava com sabonetes perfumados, não usa perfumes. [pág. 243/244]
“P.: Fale acerca do perfume. R.: Esse perfume é tão forte que não é possível permanecer no seu quarto. O Padre Pio não o sente; diz que, de outro modo, não conseguiria dormir. P.: É contínuo ou intermitente? R.: No quarto é contínuo; seus objetos — alguns — têm-no sempre, como, por exemplo, o lenço e o solidéu; as pessoas o exalam por ondas.” [pág. 244]
DEPOIMENTO DO REVMO. PADRE PIETRO DE ISCHITELLA, PROVINCIAL DOS CAPUCHINHOS DA PROVÍNCIA DE FOGGIA, DIA 19/06/1921, ÀS 10HS:
“O perfume. Senti-o, sem pensar que fosse dele; só depois me foi dito e, então, tive a ideia de descobrir, pensando que, na sua ingenuidade, o Padre Pio tivesse usado perfumes que talvez lhe levassem. No quarto, não sentia, mas, no horto, sim. Interessei o Padre vigário para que descobrisse, já que estava sempre por perto. Ele interrogou o próprio Padre Pio, que lhe disse: "Mas eu não sinto nada".” [pág. 249]
QUINTO DEPOIMENTO DO PADRE PIO DE PIETRELCINA, CAPUCHINHO, DIA 17/06/1921, ÀS 21HS:
“P.: VP jura sobre o santo Evangelho que nunca usou nem usa perfumes? R.: E o Padre Pio presta juramento de nunca ter usado, dizendo, além disso, que, independentemente de ele ser religioso, sempre considerou isso repugnante.” [pág. 282]