O Superior Geral dos capuchinhos, em Roma, mandou que o Padre Pio fosse examinado pelo Dr. Georges Festa, médico de bastante renome na época, mas inclinado ao racionalismo e pouco disposto a se deixar sugestionar por prodígios. Tratava-se, portanto, de um cientista insuspeito. [...] Eis as conclusões dos exames médicos: 1) Na palma da mão esquerda, perto do terceiro metacarpo, há uma lesão anatômica dos tecidos, de forma quase circular, com bordas muito nítidas, com um diâmetro um pouco maior que 2 centímetros. Esta lesão aparece coberta de escaras de cor castanha. Essas escaras estão dispostas em forma de irradiação e são produzidas pela dissecação progressiva do sangue que flui lentamente das chagas. As escaras caem de tempo em tempo e revelam a ferida em todos os seus detalhes. 2) Observando através das chagas das palmas das mãos, pode-se ver em todos os seus detalhes uma página escrita, ou qualquer outro objeto, que esteja colocado do lado oposto das mãos. Isto significa que os estigmas do religioso são transfixões reais, ou seja, feridas produzidas por perfuração. Os contornos são tão claros que, inclusive quando vistos através de uma lupa, não apresentam nenhum edema, nenhuma infiltração, nenhuma vermelhidão. 3) As chagas dos pés praticamente têm as mesmas características que as das mãos: apresentam uma lesão circular que expele continuamente uma serosidade sanguínea, a ponto de molhar as meias. 4) O Padre Pio tem dificuldade para fechar as mãos, e o gesto respectivo lhe é bastante penoso; e tem a mesma dificuldade para andar, por causa das feridas nos pés. 5) No lado esquerdo do peito, 2,5 centímetros abaixo da papila mamária, existe uma lesão em forma de cruz, de cabeça para baixo. A parte mais comprida da cruz mede 7 centímetros, e a menos comprida, 5. Desta ferida, o sangue flui mais abundantemente do que das outras. O Padre a protege sempre com pequenos lenços de linho, que é obrigado a trocar freqüentemente, porque, poucas horas após, eles ficam embebidos de sangue. 6) O sangue flui ininterruptamente das feridas, fato que teria matado um gigante em poucos dias, mas que, em se tratando do Padre Pio, não impede que ele leve uma vida inteiramente sadia e normal. 7) Com exceção dessas cinco chagas, o resto da pele está absolutamente intacto, é de cor branca, quase diáfana. Os pulmões, o coração, os órgãos abdominais e o sistema nervoso não apresentam nenhuma irregularidade. Outro cientista que o examinou chegou à seguinte conclusão: "As feridas do Padre Pio não são classificáveis — por causa de suas características e sua evolução clínica — entre as lesões cirúrgicas habituais. Elas têm outra origem, que eu não conheço. Em 1924, o Dr. Festa voltou a analisar as chagas do Padre Pio e não encontrou nenhuma modificação. Estavam tal qual ele as tinha descrito anteriormente. Eis seu parecer: "As cinco lesões do Padre Pio devem ser consideradas como verdadeiras e reais lesões anatômicas dos tecidos. Sua persistência seis anos depois que apareceram pela primeira vez, suas estranhas características anátomopatológicas, o constante fluxo de sangue muito vermelho e muito perfumado, a localização que coincide com as partes do corpo em que Nosso Senhor se ofereceu ao supremo sacrifício da cruz, são elementos que não podem intrigar a ninguém, a não ser àqueles que são incapazes de se elevar dos fatos naturais à síntese da religião e da fé".