Santa Catarina de Sena (Itália, 1347-1380). Obra: "O Diálogo. Editora Paulus. 1ª edição. 14ª impressão. 2015. São Paulo. 409p." (pág. 29, 45) [Resposta de Deus à Santa Catarina:] “Minha filha, não o sabes? Todos os sofrimentos que um homem suporta ou pode suportar nesta vida são insuficientes para satisfazer pela menor culpa. Sendo eu um bem infinito, a ofensa cometida contra mim pede satisfação infinita. Desejo que o compreendas.
Os males desta existência não são punições, mas correção a filho que ofende. Assim, a satisfação se dá pelo amor, pelo arrependimento e pelo desprezo do pecado. Esse arrependimento é aceito em lugar da culpa e do reato
[penitência], não pela virtude dos sofrimentos padecidos, mas pela infinitude do amor.
Deus, que é infinito, quer amor e dor infinitos.”
[pág. 29]
“Ações baseadas em outros princípios constituem para mim meras palavras, realizações passageiras.
Eu, qual ser infinito, quero ações infinitas, amor infinito. Desejo que as mortificações e demais exercícios corporais sejam considerados como meios, não como fins. Se neles repousar o inteiro afeto da pessoa, ser-me-ia dado algo de finito, à semelhança de uma palavra que, ao sair da boca, já não existe, quando é pronunciada sem amor.”
[pág. 45]