Santa Catarina de Sena (Itália, 1347-1380). Obra: "O Diálogo. Editora Paulus. 1ª edição. 14ª impressão. 2015. São Paulo. 409p." (pág. 133) [Resposta de Deus à Santa Catarina:] “Quando o apóstolo Filipe lhe pediu: "Mostra-nos o Pai e isto nos basta" (Jo 14,8), respondeu
[Jesus]: “
Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9). Disse assim, porque é um comigo. O que ele é, recebeu de mim. Em tal sentido, ensinava aos judeus: "Minha doutrina não é minha, mas do Pai que me enviou" (Jo 7,17). É que o Filho procede de mim; não o contrário! Sou um com ele e ele comigo. Por isso não falou: "Manifestarei o Pai", mas “eu manifestar-me-ei”. Em segundo lugar, porque ao manifestar-se a vós nada mais fazia que mostrar quanto recebera de mim, como que dizendo: "O Pai se manifestou em mim, porque sou um com ele; por meio de mim, nós dois nos revelamos". Em terceiro lugar porque,
sendo eu invisível, não posso ser visto por vós neste mundo. Quando vossa alma se separar do corpo, espiritualmente vereis a mim e ao Verbo até à ressurreição final. Já o disse ao tratar da ressurreição.
Tal qual sou, não podeis ver-me. Para vos ajudar, escondi a divindade sob o véu da natureza humana em Cristo. Invisível, tornei-me como que acessível aos vossos olhos. Cristo me manifesta. Por isso não dizia: "Eu manifestarei o Pai", mas: "Eu manifestar-me-ei a vós", como que para significar: “Eu manifesto-me a vós de acordo com quanto o Pai me deu". Como percebes, meu Filho se manifesta ao me revelar. Não dizia: "Eu vos manifestarei o Pai", porque
vós, no corpo mortal, não sois capazes de ver-me; além disso, porque ele e eu somos uma só coisa.”