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Santa Gema Galgani (Itália, 1878-1903). Obra: "Santa Gema Galgani, escrito por Padre Germano de Santo Estanislau, CP. Editora Ecclesiae. 2014. São Paulo. 342p." (pág. 77/78)

“Percebi — diz ela — que naquela noite Gema sofria mais do que de costume e estava em êxtases. Tomei-lhe um braço e vi grandes vestígios de sangue vermelho. Enxuguei com um lenço que ficou todo manchado. Sofria tanto que no êxtase eu a ouvia dizer: "Mas serão os teus açoites, ó Jesus?"; calculei então que fosse a flagelação. Repetiu-se este fato durante todas as quatro sextas-feiras de março de 1901. Na primeira, aconteceu como já referi; na segunda, Gema ficou com a carne dilacerada; na terceira, mais despedaçada ainda, a ponto de se lhe verem os ossos; e na quarta, não se pode exprimir: eram chagas por todo o corpo, que teriam tido a profundidade de um centímetro.
Depois de dois ou três dias tudo desaparecia. Uma vez, que eu quis atar um pano em duas delas, ficaram sem cicatrizar, inflamaram-se, e, quando fui cuidá-las, muito a fiz sofrer; mais tarde sararam por si, lentamente. As chagas tinham a seguinte disposição: duas em um braço, do comprimento de quatro a cinco centímetros e muito profundas; duas em uma perna, redondas e maiores do que uma moeda de dois francos de prata; uma no peito, bem no meio, na direção da garganta; duas acima dos joelhos e muito maiores, mais compridas do que redondas; duas nos joelhos e nos cotovelos, que descobriam quase os ossos; uma quase redonda e profunda, sobre a planta dos pés; e duas nas pernas. Além dessas, havia outras que eu não vi muito bem. A princípio, eram como disse: talhos; depois rasgões profundos. E perguntando-lhe a razão, respondeu: "primeiramente, eram açoites que eu recebia, e agora são flagelos". E concluindo: se quiser fazer delas uma idéia, lembre-se do grande crucifixo que temos em casa, diante do qual Gema costumava rezar. As mesmas manchas roxas, os mesmos rasgões da pele e da carne, igualmente longos e profundos que causavam igual pena ao contemplá-los. O sangue corria em grande abundância e, estando ela de pé, era tanto que corria até o chão; e se deitada, molhava não só o lençol, mas passava a ponto de embeber todo o colchão. Medi alguns rios de sangue e eram de quarenta e cinqüenta centímetros de comprimento e cinco de largura.”



Obs.: As expressões no texto entre colchetes ou parêntesis destacadas na cor azul não fazem parte do original.